CNA debate oportunidades para produtos lácteos brasileiros no mercado chinês
Brasília (19/11/2020) – O Brasil tem grande potencial para aumentar as exportações de leite em pó, queijos, manteiga e diversos outros produtos lácteos para a China, segundo a avaliação de especialistas durante o webinar “Mercado Chinês de Lácteos”, na quinta (19). O encontro debateu oportunidades de comércio no país asiático.
A coordenadora de Exportações da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Camila Sande, apresentou o perfil da produção no Brasil e as expectativas para a entrada de lácteos no mercado chinês.
Ela falou sobre a representatividade da CNA e da criação do projeto Agro.BR, que visa aumentar a presença de produtores brasileiros no mercado internacional, principalmente os pequenos e médios.
“O nosso foco é o mercado chinês. Já temos uma relação consolidada com a China. O desafio das empresas é a inserção de outros produtos no mercado, como os lácteos, por meio do registro da marca e distribuição adequada. Foi muito importante ouvir deles que vamos ter parcerias de peso no país para acompanhar e apoiar a promoção e a entrada dos produtos lácteos brasileiros na China,” disse.
Camila falou ainda da produção brasileira de leite, que coloca o País no 3º lugar como maior produtor do mundo. De acordo com ela, a expectativa é que a produção alcance 47 bilhões de litros até 2030. A produção de leite teve crescimento de 19,8% entre 2009 e 2019 com a produção de 34,4 bilhões de litros.
“Essa produção reflete a nossa demanda para buscas parceiros comerciais, principalmente a China, que é um mercado consumidor crescente, em qualidade e quantidade”.
O evento teve a participação do ministro-conselheiro e chefe do setor econômico da Embaixada do Brasil em Pequim, João Batista do Nascimento Magalhães, do diretor relações internacionais da China Dairy Association, Cheg Bing, de Li Zhiping, da Foreign Economic Cooperarion Center (FECC), da assessora especial da ministra da Agricultura e chefe do Núcleo China no Mapa, Larissa Wachholz, e do assessor técnico da Viva Lácteos, Gustavo Beduschi.
“A China é o maior importador de produtos lácteos, mas o consumo per capita ainda é muito baixo. O chinês médio consome 35 kg/ano e o governo do país espera que esse consumo chegue pelo menos 110 kg/ano. Esses dados mostram o potencial para o Brasil nesse setor”, disse o ministro-conselheiro e chefe do setor econômico da Embaixada do Brasil em Pequim, João Batista do Nascimento Magalhães.
Li Zhiping, da FECC, falou sobre a estrutura da entidade, que busca a interação entre diversos países com a China, focando na relação multilateral e na cooperação internacional. Ela afirmou que o encontro virtual serviu para que os empresários chineses pudessem compreender melhor o mercado de lácteos do Brasil para aproveitar oportunidades de mercado.
“Espero que explorem as oportunidades para melhorar a qualidade e a eficácia da colaboração, aumentar as parcerias, o nível de cooperação e a promoção de projetos vantajosos para os dois países.”
Chen Bing, da China Dairy Association (Associação de Lácteos da China), apresentou um panorama da indústria de laticínios do país, tendências e oportunidades para os produtos lácteos brasileiros.
Segundo ele, a produção de lácteos na China é de 3,9 milhões de toneladas e o principal produto é o leite líquido. Atualmente o consumo dos chineses é de 34,7 kg per capita/ano, representando um terço do nível médio mundial.
“Sendo assim, existe um grande espaço para os produtos brasileiros, principalmente porque a demanda por manteiga e queijo tem aumentado. Até setembro deste ano, por exemplo, a China importou apenas 50 kg do Brasil. A expectativa é que a China se torne o maior consumidor de lácteos do mundo em 2022, ultrapassando os Estados Unidos.”
A coordenadora de Exportações da CNA, Camila Sande, falou sobre o escritório que a Confederação tem em Xangai em parceria com a Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (InvestSP), criado para apoiar os empresários brasileiros que querem exportar para a China. Segundo ela, está prevista, para 2021, rodadas e missões de negócios do Agro.BR voltadas para o mercado de de lácteos na China.
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