Brasil e Argentina solucionam pendências do comércio de produtos agropecuários
Após intenso trabalho, iniciado em 2020, Brasil e Argentina solucionaram 49 temas pendentes na relação bilateral agropecuária, de um total de 54 itens. A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e o ministro da Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina, Luis Basterra, se reuniram, nessa terça-feira (9), para avaliar as medidas e estreitar o comércio e a cooperação entre os dois países.
Os temas incluem abertura e reabertura de mercado de diversos produtos, como farinhas, cárneos (bovino, suíno e de aves), lácteos, grãos, pet food e frutas. Um exemplo é a autorização para importação de camarões inteiros e limpos da Argentina (chamados langostinos) e a resolução de pendências sanitárias para exportação de uva e maçã.
“A pauta com a Argentina é daqui para frente. O pra trás está encerrado. Nós zeramos todos os nossos problemas de certificado. Hoje, na agricultura e pecuária, o Brasil e a Argentina não têm mais nenhum produto que tenha algum tipo de problema”, destacou a ministra Tereza Cristina.
O ministro Basterra lembrou que algumas dessas pendências já duravam mais de 10 anos e foram solucionadas graças à celeridade e credibilidade das equipes dos países vizinhos. “Agora temos uma agenda positiva para trabalhar com posições internacionais de cooperação.”
Os ministros estimam que o fluxo comercial bilateral de produtos agropecuários deve se intensificar. Atualmente, a Argentina é o 16º destino das exportações brasileiras, somando US$ 1,17 bilhão, o que representa mais de 1% das vendas externas do agronegócio. Os principais itens são soja, café não torrado, frutas e nozes não oleaginosas, frescas e secas. A maior parte das importações do Brasil tem origem argentina. Em 2020, as compras corresponderam a um quarto do total das importações do país (US$ 3,18 bilhões).
Pesquisa
Na área de pesquisa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (Inta) renovaram por mais cinco anos o acordo de cooperação bilateral.
De acordo com o presidente da Embrapa, Celso Moretti, a Argentina é o terceiro país com maior interação de pesquisas com a Embrapa, ficando atrás somente dos Estados Unidos e da França. As áreas com grande intercâmbio de informações são soja, florestas e recursos genéticos.
A presidente do Inta, Susana Mirassou, destacou que um dos próximos projetos é aprofundar a troca de informações sobre germoplasma. Moretti citou ainda o desenvolvimento de programas de rádio e televisão, em português e espanhol, para capacitação de pequenos produtores.
Com informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento