Produtora de 82 anos conquista Selo Arte com apoio do ATeG Agroindústria
A produtora Neusa Alves Pimenta, ex-aluna de cursos e programas do Sistema FAEMG/SENAR/INAES, incluindo o ABC Cerrado, coleciona histórias e conquistas. Aos 82 anos, a ex-vendedora de uniformes para profissionais da saúde, administra sozinha o terreno que herdou do pai e tem energia para continuar o legado: a produção de queijo maturado. Depois de anos na busca pelo Selo Arte, o resultado chegou para a Queijaria Pimenta. Esse é dos resultados do trabalho em parceria com o Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Agroindústria, que também a ajudou a ampliar a produção e o lucro.
Com a ajuda de dois funcionários, com quem divide a responsabilidade pelo cuidado com os animais, ordenha e fabricação, a produtora é responsável pelo processo de maturação, venda, expedição das peças, compras e pagamentos da fazenda. A queijaria já era cadastrada e repassava parte da produção para a Cooperativa do Serro, mas a meta era expandir a comercialização para os principais mercados e empórios que só trabalhavam com o produto registrado. “Como não ficar feliz? Passei longos anos tentando o Selo, mas nunca desisti”, contou.
Parceria
Neusa é exigente com a qualidade e a produtividade e fica atenta à gestão do negócio. “Ela está sempre presente e aproveita muito bem nosso tempo na propriedade. Fora das visitas presenciais, também tira dúvidas e nos coloca a par da produção”, contou a técnica de campo Catarina Pena Monteiro de Castro.
Questionada sobre toda essa disposição para a produção que chega a 40 queijos por dia, ela diz, com bom humor, que ainda há muito o que ser feito porque sempre tem algo a melhorar. Adquirir um transferidor para o leite e azulejar a queijeira de maturação, estão nos planos a curto prazo.
“Nasci nesse meio, depois fui para a cidade, criei meus filhos e fiquei por um bom tempo, mas minhas raízes me chamaram de volta e hoje não troco isso por nada. É um sossego. Não acho que é hora de parar, só quando eu não estiver aguentando mesmo. O que me dá energia é meu trabalho e ver meus queijos bonitos”.
Antes e depois do ATeG
Para que o sonho de Dona Neusa fosse realizado, entre as orientações da técnica de campo, faltava a implantação dos Documentos das Boas Práticas e registros auditáveis pelo fiscal do IMA nas visitas de auditoria.
Com o ATeG, a produtora foi além. Hoje, ela comemora a implantação dos Procedimentos Operacionais Padronizados (POP) com as planilhas de registro para o atendimento à rastreabilidade da produção, a padronização da qualidade com redução de perdas, a implantação dos controles de qualidade sanitário da matéria-prima e o gerenciamento dos índices econômico-financeiros.
A produtividade também aumentou. Antes, eram usados 10,74 litros de leite por quilo e esse número passou para 8,03. A margem bruta, que apresentava saldo negativo, teve crescimento de 300%, e a produção, de 7,38%.