Stock Car e F1 prometem disputas acirradas até o fim de 2021
Se eu disser que a Stock Car pode ser até mais competitiva do que a Fórmula 1, nesta temporada de 2021, mesmo após a sensacional disputa pela vitória entre o heptacampeão mundial Lewis Hamilton e o jovem Max Verstappen, no último domingo, no GP do Bahrein, o que você pensaria?
È bem provável que esteja me achando um jovem piloto ousado, ou sem noção, por estar comparando uma categoria de prestígio no Brasil com a principal do automobilismo mundial. E logo depois de acontecer a esperada pole do Red Bull de Verstappen e a aguardada vitória do Mercedes de Hamilton, sem ter o melhor carro na pista. Mas reparou que a Fórmula 1 melhorou com a disputa acirrada pela vitória entre os dois pilotos, ainda mais por equipes diferentes?
Essa concorrência estava faltando na Fórmula 1, já que a Mercedes e Hamilton deixaram a categoria praticamente sem graça nos últimos sete anos. Agora, com o maior equilíbrio entre as equipes Red Bull e a Mercedes , o campeonato mundial deste ano tem tudo para ser um dos mais atraentes de todos os tempos.
Na realidade, em qualquer categoria do automobilismo, quanto mais pilotos tiverem chances de vencer uma corrida ou um campeonato, maior é a sua competitividade. O que faz isso acontecer é principalmente o regulamento. Foi o que vimos no ano passado na Stock . Guardada as devidas proporções em termos de interesse, a nossa categoria foi uma das mais equilibradas do mundo, a ponto de ter 13 vencedores diferentes em 18 largadas e alguns grids com mais de 20 carros em menos de meio segundo.
Mas porque tanto equilíbrio assim na Stock e não na F1? Com apenas duas marcas de fábricas competindo, a Stock tem maior igualdade por utilizar no Toyota Corolla e no seu rival Chevrolet Cruze , motores V8 de 6,8 litros, movido a etanol, com a mesma potência de 460 cv e torque de 61,2 mkgf em utilização normal e até 550 cv e torque de 71,4 mkgf com o “push to pass” (botão de ultrapassagem acionado). O mais interessante é que, internamente, não são iguais porque possuem peças distintas.
Outra diferença é da própria carroceria dos carros, que mesmo utilizando componentes aerodinâmicos semelhantes, acabam tendo um desempenho próximo, mas não idêntico. Justamente para equilibrar ainda mais o desempenho pelas pequenas diferenças de motor e carroceria, a categoria tem dois pacotes aerodinâmicos para tirar a vantagem daquele carro que consegue uma diferença acentuada de 30 pontos na soma entre os dois primeiros colocados de cada marca na sequência das provas.
Você viu?
Tanto que no campeonato do ano passado, mesmo com apenas 8 carros contra os 16 Cruze, o Corolla dominou praticamente toda a temporada com seus pilotos liderando e tendo quase sempre 4 deles entre os seis primeiros lugares. Porém, no final, com a utilização do pacote de melhor aerodinâmica para o carro da GM , principalmente na última corrida, que deu ponto em dobro, o título ficou para o Chevrolet Cruze do Ricardo Maurício. Esse ano, ao que parece, deveremos ter 10 Toyota e 20 Chevrolet Cruze.
O que ainda equilibra também a disputa pelo título da Stock entre os pilotos é o lastro do sucesso. No ano passado, os cinco primeiros colocados do campeonato, após cada prova, com exceção da corrida do Milhão, foram obrigados a utilizar peso a mais nos seus carros. Esse ano, o regulamento mudou para os 6 primeiros colocados, que terá essa distribuição: 30, 25, 20, 15, 10 e 5 kg. O lastro do sucesso é uma ação que a Fórmula 1 , inclusive, vem pensando em adotar.
A Stock 2021 tem ainda como uma das principais novidades a realização de duas corridas seguidas em um inédito formato Nonstop em cada uma das 12 etapas em 10 eventos (autódromos). A primeira prova terá 25 minutos e, sem parar os carros no grid, os pilotos farão uma volta de realinhamento, com inversão dos dez primeiros.
A seguir, a direção de prova dará a largada para os 20 minutos da corrida 2, em uma sequência que promete promover o mais puro estilo sprint , com pilotos e carros em regime máximo de desempenho em todas as voltas. Para nós, pilotos, não vai dar tempo nem de respirar porque perdemos 15 minutos de 1ª corrida e 10 de segunda. Para o telespectador vai ser emocionante, com um show de ultrapassagens em curtíssimos espaços de tempo, além de um pit-stop obrigatório na corrida 1.
Por contar dois pontos a mais no campeonato, a pole position passa a ter também mais valor, apesar de que não será isso que fará os pilotos correrem atrás dela. Mas sempre é um incentivo a mais e pode até decidir um título. Outra mudança importante é que teremos ainda mais um descarte de resultados do que o ano passado, que subiu para quatro, sendo que a última etapa não mais terá pontos dobrados.
Por que não lembrar agora que eu e o Verstappen começamos 2021 com a mesma idade, de 23 anos e vamos terminar a temporada, com 24, que já fiz no último dia 24 de março e ele faz 30 de setembro. Não terei um Hamilton de adversário, mas de experiência, como o próprio piloto da Red Bull, eu perco de longe para todos os meus rivais que já competiram de Fórmula 1 , Fórmula Indy e Fórmula E, como Rubens Barrichello (48 anos), Ricardo Zonta (44), Felipe Massa (39), Tony Kanaan (46) e Nelson Piquet Júnior (35 anos).
Então, porque não ser o décimo dessa lista de fortíssimos candidatos ao título e não pensar ainda mais alto para tentar vencê-los. Já fiz isso em duas corridas nas temporadas de 2019 e 2020, mas como não tenho a fama dos demais, nas duas últimas temporadas, ainda não tive a força do fan push, que sempre ajuda nas disputas muito apertadas. Tamo junto nessa minha nova odisséia na Stock , me siga no Instagram @brubap e vote em mim no site www.stockcar.com.br.