Meditação na infância ajuda a combater o déficit de atenção e a hiperatividade
Assim como o yoga, a meditação é uma atividade que não tem faixa etária ideal e pode ser praticada desde cedo. Ambas as atividades são plenamente indicadas para as crianças, pois contribuem para o desenvolvimento mental e emocional delas.
A meditação infantil também pode ser extremamente útil para trazer calma para a personalidade de algumas crianças, além de ajudar a combater transtornos mentais, como o TDAH – transtorno do déficit de atenção e hiperatividade.
Motivos para praticar meditação na infância
Imagine o seguinte cenário: seu filho sentado no chão, com os olhos fechados, bem calmo, inspirando e expirando lentamente enquanto medita. Você acha que essa situação é possível?
Para algumas pessoas, principalmente para quem é pai e mãe, talvez essa seja uma cena difícil de imaginar. Alguns adultos acreditam até que, assim como o yoga, a meditação não é indicada para o público infantil. Porém, ela é uma prática ideal para reverter ou impedir algumas alterações negativas no comportamento das crianças, com métodos desenvolvidos especialmente para trabalhar o foco delas.
A meditação contribui para o desenvolvimento, inclusive por diminuir os níveis de estresse das crianças, que podem ser afetadas psicologicamente por diversos fatores, como problemas familiares, dificuldades na escola, cobrança excessiva dos pais, bullying e o uso indiscriminado de celulares e televisão.
Esses agentes externos podem levar as crianças ao estresse, ansiedade, problemas de concentração e até mesmo gerar distúrbios alimentares. Portanto, se for inserida na rotina é transformada em hábito, a meditação pode ser uma grande aliada na busca por uma melhor qualidade de vida desde a infância.
Além disso, a criança irá sentir mais segurança na hora de criar algo e resolver problemas, já que essa atividade ajuda no autoconhecimento e auxilia a capacidade criativa.
Por fim, o sistema imunológico é outra área muito beneficiada pela meditação, por causa da diminuição do estresse e dos sintomas de ansiedade do corpo físico e mental. Assim, a criança fica com um organismo mais equilibrado e fortalecido para enfrentar os desafios do dia a dia.
Benefícios da meditação infantil
- Proporciona relaxamento físico e mental;
- Minimiza os sintomas do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH);
- Desenvolve o foco e a concentração;
- Melhora as habilidades sociais e emocionais;
- Ensina a lidar melhor com sentimentos como frustração e medos;
- Reduz a agressividade;
- Melhora a qualidade do sono;
- Oferece mais equilíbrio do sistema imunológico;
- Garante mais segurança e aumento da autoestima;
- Expande a criatividade;
- Motiva o sentimento de felicidade.
- Como praticar a meditação infantil
- Para ensinar a meditação para as crianças, a paciência precisa vir tanto dos responsáveis quanto dos pequenos. Para isso, separamos dicas especiais para incluir a meditação na primeira fase da vida dos seus filhos, netos e afilhados.
Vale ressaltar que a idade não é um fator limitante, visto que a prática pode ser ensinada a partir dos 2 ou 3 anos de idade, quando, normalmente, os pequenos já conseguem acompanhar as orientações.
A introdução da meditação nessa idade deve ser leve, como uma brincadeira para, gradativamente, tornar-se um hábito.
Primeiros passos para meditação
Se você já pratica a meditação e tem crianças em casa, permita que eles acompanhem sua atividade, para que o interesse pelo exercício seja, aos poucos, despertado nelas.
O incentivo à atividade deve seguir um caminho divertido. Um tipo de exercício lúdico que pode ser feito com as crianças é pedir que elas escolham um objeto, foque nele e retire todos os seus detalhes mentalmente. No começo, diga para elas pensarem no objeto de uma forma racional. Por exemplo: se o item escolhido for um carrinho de brinquedo, peça para que ela pense nos detalhes dele e na sua cor. Em seguida, a criança deve pensar nele de uma forma não racional, conectando o formato do objeto com outros utensílios do cotidiano das crianças.
Outra atividade que pode ser feita para introduzir as crianças à meditação é escolher um ambiente calmo e bem iluminado, pedir para que elas se sentem no chão e, então, observem o lugar. Fale para os pequenos prestarem atenção aos sons do ambiente com os olhos fechados para, assim, trabalharem suas percepções.
Mais uma alternativa é focar na vibração das cordas vocais por meio dos sons das vogais do alfabeto. Isso porque cada som é capaz de agir em uma determinada área do corpo. Por exemplo, o som do “AAAAA”, de forma calma e serena, age na garganta, pulmões e em toda a cabeça. O “EEEEE”, de forma grave, tonifica a glândula tireoide. O “IIII”, com um sorriso, traz alegria. O som do “OOOOO”, aberto, como se tivesse acento agudo, age no abdômen e o “UUUUU”, de forma grave, age no tórax e na barriga”. Repetir esses sons irá contribuir no desenvolvimento da concentração e na conexão com o corpo.
Por último, peça para as crianças taparem os ouvidos com os polegares e os olhos com os outros dedos. Depois, diga para elas inspirarem profundamente e, quando soltarem o ar pelo nariz, fazerem o som do zumbido da abelha, do fundo da garganta mas com a boca fechada, como um “MMMMMM”. O som irá se assemelhar ao OM, comum na prática meditativa dos adultos, mas de forma mais lúdica. Para que a prática funcione, deve ser realizada em um lugar silencioso – assim, a concentração no som será mais eficaz.