“Tive coragem de fazer o que queria com meu corpo”, diz Angélica Morango
Angélica Martins , mais conhecida como a ‘Morango’ do BBB 10, diz que sua relação com próprio corpo é como na música ‘Triste, Louca ou Má’: ‘sua carne não te define, você é seu próprio lar’. Aos 36 anos, ela trabalha com produção de conteúdo adulto para o aplicativo ‘ OnlyFans ‘ e agora com uma parceria com o ‘Câmera Prive’. Ela diz lidar bem com o trabalho e que encontrou paz ao silenciar o conservadorismo “que ouviu a vida inteira”.
“Enquanto mulher, passei a maior parte da minha vida tentando me adequar ao que, teoricamente, era o comportamento de uma mulher”. Angélica se entendeu lésbica aos 16 anos e conta que sentiu mais uma vez essa necessidade de adequação e que não devia fazer o que mandavam.
“Há diversas correntes e movimentos falando o que você deve ou o que você não deve fazer. A paz que encontrei surgiu quando silenciei o que ouvi a vida inteira e segui a minha vontade. Eu sou um ser humano independente. Defendo diversas causas, mas respondo pelos meus atos”, diz.
Feminista ativa nas redes sociais, Angélica não se sente incomodada em produzir conteúdo adulto e ganhar dinheiro com vídeos e fotos sensuais. “Tive coragem de fazer o que eu queria com meu corpo quando vi outras mulheres fazendo. Há quem vá encarar como empoderamento, há quem vá dizer que é comercialização. A interpretação é pessoal”, conta.
Para Angélica, nunca houve preconceito em ver ou produzir conteúdo adulto. “Pelo contrário. O que mudou, ao longo do tempo, foi a percepção das coisas”, diz. “Quando a gente fala em conteúdo adulto, o leque é muito amplo, e a interpretação, muito pessoal. Por exemplo: uma pessoa que tem fetiche por pés não precisa assinar um conteúdo específico. Pode se deleitar com o conteúdo gratuito, acessível e infinito do Instagram com pessoas de pés descalços na praia ou fazendo publis de chinelos. O que é erótico pra uns não será pra outros. E sobre isso não temos controle”, diz.
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Do Paparazzo ao OnlyFans
A influenciadora conta que já fez ensaios sensuais, mas nada como as produções que faz no aplicativo. “Trabalho como modelo desde os 20 anos, mas não tinha feito algo tão explícito. A primeira foto pro Onlyfans foi bem marcante pra mim. No meu quarto, nua, de corpo inteiro. Era o meu espaço, não um estúdio ou uma locação, e sozinha, sem equipe. Isso fez e faz toda a diferença”, afirma.
Fotógrafa profissional, a pressão que Angélica coloca em cima das próprias fotos é enorme, mas é madura para não deixar se levar pela pressão estética. “A maturidade e o meu estilo de vida me trouxeram uma paz de espírito que eu não tinha experimentado antes. Me acho muito mais bonita e muito mais mulherão hoje que aos 20”, diz.
Sem medo de se expor
Angélica conta que avaliou os riscos antes de entrar de vez no mundo do conteúdo adulto. “Independentemente da área de atuação, me preparei para isso. Quando a gente tira um nude, seja pra publicar no Onlyfans ou pra enviar pra pessoa que a gente tá a fim, deve ter em mente que aquele conteúdo pode vazar”, diz.
“E sim, o vazamento é crime, a pirataria de conteúdo é crime, mas, infelizmente, pode acontecer. Propositalmente ou porque o aparelho pode ser roubado, hackeado etc. Quando eu envio um nude, seja pra apimentar a relação ou pra atualizar o conteúdo em um site, penso: ‘tudo bem se vazar?’. Se a resposta for sim, vou com tudo”, afirma.
No OnlyFans, Angélica conta que nunca teve propostas indecentes ou teve que bloquear alguém. “O máximo que já aconteceu foi tentarem uma aproximação de lá pras redes sociais, o que não aceito, e tentarem marcar encontros presenciais. Não aceito nenhuma dessas opções, e deixo isso bem claro. Nunca recebi ofensas ou xingamentos de baixo calão lá”, conta.
Após começar no OnlyFans, Angélica agora tem uma parceria com o Câmera Privê e também fez um curta adulto recentemente. “O trabalho com o Câmera Privê aconteceu este ano e tá sendo lindo demais. Não posso contar detalhes, mas vem muito aí. Sobre o curta, foi um trabalho independente e inédito, e a repercussão tem sido incrível”, diz.