Filme sobre o guerrilheiro Carlos Marighella ganha data de estreia nos cinemas
Primeiro filme em que Wagner Moura é diretor, a cinebiografia de Carlos Marighella, guerrilheiro e político comunista na ditadura militar, tem estreia oficial para 4 de novembro nos cinemas brasileiros. A estreia coincide com os 52 anos do assassinato de Marighella, em 1969.
O filme fará o lançamento após passar por festivais de cinema pelo mundo, como Berlim, Seattle, Hong Kong, Sydney, Santiago, Istambul, Atenas e Estocolmo, além de 30 exibições em países dos cinco continentes. O filme terá pré-estreias a partir do dia 1 de novembro em todo Brasil.
A obra conta a história dos últimos anos de Carlos Marighella, guerrilheiro e político comunista marxista-leninista brasileiro. Ele liderou um dos maiores movimentos de resistência contra a ditadura militar no Brasil, na década de 1960. Marighella morreu aos 57 anos, após emboscada em São Paulo, morto a tiros por agentes do DOPS, órgão de repressão na ditadura militar. Veja o trailer:
‘Marighella’ é estrelado por Seu Jorge, no papel do guerrilheiro. Além do cantor, o filme terá a participação de Bruno Gagliasso, Luiz Carlos Vasconcellos, Herson Capri, Humberto Carrão, Adriana Esteves, Bella Camero, Maria Marighella, Ana Paula Bouzas, Carla Ribas, Jorge Paz, entre outros.
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Filme sofreu com polêmicas antes de estreia
Previsto para estrear no Dia da Consciência Negra, em 2018, o filme sofreu com cortes do Fundo Setorial de Audiovisual da Ancine. Em agosto de 2018, a agência negou a solicitação de ressarcimento no valor de R$ 1 milhão investidos pela produtora O2 na realização do longa, além de recusar o pedido de adiantamento de verba para comercializar o filme no Brasil.
Em entrevista ao UOL, o diretor Wagner Moura disse que o adiamento foi causado por questões políticas. “É uma censura diferente, mas é censura, que usa instrumentos burocráticos para dificultar produções das quais o governo discorda. Não há uma ordem transparente por parte do governo para que isso aconteça, no entanto já vimos Bolsonaro publicamente dizer que a cultura precisa de um filtro. E esse filtro seria feito pela Ancine”, disse à coluna do jornalista Leonardo Sakamoto.
Em 2019, a Diretoria Colegiada da Ancine vetou novamente o pedido de reembolso, justificando que o pedido foi negado porque os recursos pelos quais a produtora O2 pede reembolso são parte da receita já aprovada para o projeto. Eles não poderiam, então, ser ressarcidos com recurso público.
Para o G1, Wagner citou novamente a censura do governo. “Me angustiou muito o começo, quando o filme não estreava por uma pressão do governo. Uma má vontade da Ancine. Um episódio claro de censura”, disse o diretor.