Músico que relatou ter visto queda de MC Kevin não estava no Brasil, diz polícia
Uma suposta testemunha da queda do cantor Kevin Nascimento Bueno, o MC Kevin, do quarto 502 de um hotel na orla da Zona Oeste do Rio, em 16 de maio, nem sequer estava no Brasil nessa data. A informação foi repassada pela Polícia Federal ao delegado Leandro Gontijo, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), e consta no inquérito que apura a morte do funkeiro. O músico português Fernando Jimmy Junior foi indicado a depor pela modelo fitness Bianca Dominguez e disse, em entrevistas, ter visto o artista pedindo socorro a Victor Elias Fontenelle, o MC VK, na varanda.
O promotor Marcos Kac, da 1ª Promotoria de Investigação Penal Territorial da Zona Sul e Barra da Tijuca, determinou a intimação de Fernando para prestar depoimento na delegacia. A programas de televisão, ele afirmou estar em uma festa no hotel em frente ao que Kevin havia se hospedado e presenciou o momento em que ele caiu de uma altura de aproximadamente 18 metros.
“Deu a entender que o MC VK estava incentivando o Kevin a se pendurar naquele local e que o Kevin largou a mão direita e ficou somente apoiado com a esquerda. E ali deu claramente para ouvir o que ele estava a dizer. Ele estava a pedir que o VK ajudasse ele. Ele gritou mesmo que deu para ouvir de onde eu estava”, relatou no “Domingo Espetacular”, da TV Record, em agosto.
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O nome do músico em uma petição protocolada na Polícia Civil e no Ministério Público pelo advogado Danilo Garcia de Andrade, que representa Bianca, em agosto. Embora na primeira ida à delegacia, em maio, a moça tenha relatado que, pouco antes da queda, mantinha relações sexuais com o funkeiro na varanda, no documento com sete páginas e 115 itens, ele apresentou detalhes que teriam sido lembrados pela modelo após as declarações dadas por ela na 16ª DP.
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Na petição, é narrada uma briga “acalorada” e “com gestos bruscos” entre MC Kevin e MC VK sobre a possibilidade de a mulher do funkeiro, a advogada Deolane Bezerra, hospedada na suíte 1305, estar chegando. Os dois estariam em pé, indo para a varanda, e o desentendimento teria motivado o funkeiro a passar as pernas pelo parapeito.
Na ocasião, Bianca foi intimada a depor, mas se recusou e disse que só falaria através de carta precatória — instrumento jurídico utilizado para oitiva em outra comarca. Também em agosto, MC VK, e Jhonatas Augusto Cruz, outro amigo de MC Kevin, reafirmaram na 16.ª DP não ter havido brincadeiras e insinuações sobre a chegada de Deolane tampouco discussão sobre o programa sexual que o funkeiro fazia com a modelo naquele momento, contrariando a nova versão dela.