Marilyn Manson e a cela de tortura para punir namoradas e mulheres
Marilyn Manson, 52 anos, até tentou limpar a imagem ao participar de um culto gospel de Kanye West, que ainda teve a participação e uma pregação de Justin Bieber. Mas um dossiê publicado este domingo (14) e organizado pela Rolling Stone e o Los Angeles Times, mostram que as a cusações de abuso sexual, físico e psicológico contra o músico são piores do que o público sabia até então. Ao longo de nove meses, mais de 55 pessoas foram entrevistadas, entre elas ex-namoradas – como a atriz Evan Rachel Wood -, profissionais e pessoas que trabalharam e conheceram Manson em diferentes fase da vida.
Além de Evan, outras mulheres (Ashley Walters, uma antiga assistente do cantor, Ashley Morgan Smithline e a modelo Sarah McNeilly, ex-namoradas do cantor) contaram sobre uma cela de vidro e à prova de som, localizada no canto de uma sala no apartamento do cantor. De acordo com os depoimentos, Manson batizou o local de “quarto das meninas más”, pois era onde ele prendia as mulheres por horas, como forma de punição por qualquer ato que ele julgasse como transição.
De acordo Ashley Walters, ele adorava contar para as pessoas sobre o cômodo, mas com um tom de brincadeira. Inclusive, a própria Rolling Stone já havia publicado uma entrevista, em 2012, em que Manson fala: “Se alguém se portar mal, posso prendê-la ali [na cela], que é à prova de som.”
Já Ashley Morgan deu mais detalhes sobre as vezes que foi parar na cela, que tinha o tamanho de provador. Ela lembra que no começo era algo dentro do universo de fetiche e depois se tornou algo punitivo. “Mesmo se eu estivesse a gritar, ninguém coneguia ouvir, contou. “A primeira reação é sempre lutar – e ele gostava dessa luta. Aprendi a não lutar [contra o castigo], porque era isso que ele queria. Eu simplesmente tentava ir para outro lugar na minha cabeça”, contou à revista.
Leia Também
Quanto a decoração do apartamento, diversos detalhes chamam atenção para além das paredes, tapetes, cortinas e móveis pretos. O imóvel era decorado com sangue, suásticas (símbolo do nazismo) e fotos recortadas de revistas pornográficas. Além disso, o local estava sempre frio: “Um frigorífico preto”, disse uma das ex-namoradas. Este era o cenário que as ex’s e vítimas de Manson tiveram como pano de fundo para os abusos mentais, físicos e sexuais, resultando em crises de ansiedade, de pânico, depressão e transtorno pós-traumático.
A atriz Esmé Bianco, conhecida pelo seu papel na série Game of Thrones, lembra como Marilyn Manson costumava abusar dela verbalmente, privava-a de sono e comida, além de morder, cortá-la, electrocutá-la e chicoteá-la sem o seu consentimento. Soma-se a isso, os diversos abusos sexuais dela durante os dois anos em que estiveram juntos.
Ela recorda que o momento decisivo para sair do relacionamento foi um episódio onde o cantor a perseguiu pelo apartamento com um machado na mão, ao mesmo tempo que destruía paredes. A atriz processa o cantor também sobre tráfico sexual.