Deputada de Londres é advertida por levar filho de 3 meses ao Parlamento
A parlamentar britânica Stella Creasy recebeu uma advertência por comparecer à Câmara dos Comuns, na Inglaterra, com seu bebê de apenas três meses – pois ela amamenta. O caso levantou, novamente, discussões sobre os direitos dos parlamentares ao redor do país.
A advertência se tornou pública pela rede social da própria parlamentar, que compartilhou o e-mail recebido no Twitter. Na mensagem está escrito que Creasy não pode mais comparecer “com uma criança”. Ela escreveu: “Aparentemente o Parlamento escreveu uma lei que diz que eu não posso levar meu comportado, 3 meses de idade, bebê dorminhoco enquanto eu falo na câmara (ainda não tem nenhuma regra sobre o uso de máscaras, aliás). As mães na mãe de todos os parlamentos não devem ser vistas ou ouvidas, ao que parece….”
No e-mail enviado pelo secretário particular do presidente das formas e meios, diz que ela violou o parágrafo 42 das regras de comportamento e educação da Câmara dos Comuns. Também é falado que a questão está aberta ao debate e pergunta se ela quer discutir isso futuramente.
Apparently Parliament has written a rule which means I can’t take my well behaved, 3-month old, sleeping baby when I speak in chamber. (Still no rule on wearing masks btw). Mothers in the mother of all parliament are not to be seen or heard it seems…. #21stCenturyCalling pic.twitter.com/rKB7WbYQrL
— stellacreasy (@stellacreasy) November 23, 2021
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A aparição aconteceu em setembro deste ano, quando Stella foi até à Câmara para exigir do presidente, Jacob Rees-Mogg, que as mães fossem apoiadas em vez de repreendidas quando retornassem ao Parlamento, pois elas não têm direito a uma real licença-maternidade.
Somente em fevereiro as Ministras do Reino Unido conseguiram o direito a seis meses de licença-maternidade remunerada e substituição. Antes disso, o único caminho era a renúncia.
Já as deputadas – como Creasy – que não são membros do governo não podem ser substituídas. Elas podem votar por procuração desde 2019, quando a parlamentar trabalhista Tulip Siddiq adiou uma cesariana e compareceu à votação em uma cadeira de rodas.
Questionado sobre o assunto pela BBC, o vice-primeiro-ministro Dominic Raab disse: “Devemos garantir que nossa profissão se enquadre ao século 21 e permita que os pais conciliem trabalho e tempo para a família. A decisão final cabe às autoridades da Câmara”. Em sua opinião, a presença de um bebê “não a impedia,” a título pessoal, “de fazer (o seu) trabalho”.