Arquiteta elenca pontos que devem ser analisados durante o processo de definição e escolha do novo lar
Por Leonardo Sandoval
A decisão de compra de um apartamento vem acompanhada por um pacote de avaliações a ser considerado antes de fechar o negócio. Além da parte financeira, a aquisição vem acompanhada pela organização do universo de planos e ideias que definirão o presente e o futuro dos moradores.
Por isso, o processo requer uma boa dose de calma e parcimônia para encontrar um local que reúna as características desejadas, bem como a localização e as condições físicas – principalmente quando se trata de um imóvel usado. Acostumada a prestar suporte aos seus clientes ainda no processo de definição e escolha da nova casa, a arquiteta Marina Carvalho, à frente do escritório que leva seu nome, enfatiza que essa fase, antes do fechamento do negócio, é primordial.
“Na lista de desejos que cada um de nós espera encontrar no novo imóvel, vale elencar quais são os principais a serem alcançados. Além disso, estipular uma verba que comporte tanto a obtenção quanto às benfeitorias que serão realizadas na reforma, são muito importantes para não haver dificuldades mais adiante. A visão precisa ser o mais realista possível”, relata.
Considerando isso, a arquiteta elenca 5 dicas para você não errar na escolha do seu imóvel dos sonhos. Confira!
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1. Observe a localização do imóvel
Para a arquiteta Marina Carvalho, a localização é um dos critérios empregados como ponto de partida. Principalmente em grandes cidades como São Paulo, o critério da localização interfere diretamente no bem-estar e em uma rotina mais tranquila para os moradores.
Observar o volume diário de trânsito bem como a proximidade de escolas, farmácias, padarias, supermercados e hortifrutis é uma maneira de avaliar como será a rotina diária após uma possível compra do imóvel. Estar mais perto do trabalho e ter os estabelecimentos comerciais mais próximos otimiza e facilita a vida das pessoas.
“Quando sou contratada pelos clientes com antecedência, costumo não recomendar a compra de imóveis situados em grandes avenidas, uma vez que o trânsito pesado, o alto índice de ruídos e a poluição podem acabar desvalorizando o edifício e interferem na satisfação e felicidade”, relata.
Ainda segundo ela, a vista também deve ser ponderada. “Pensando no mercado imobiliário de São Paulo, é muito comum um prédio bem próximo ao outro. Esse urbanismo implica na falta de privacidade, uma vez que as janelas ficam alinhadas umas às outras”, adverte.
2. Fique atento à documentação
É preciso estar atento à documentação existente antes de adquirir o imóvel. Para tanto, o número de matrícula permite que o possível comprador possa buscar pela certidão do registro em um cartório e assim consultar todo o histórico da construção.
Em paralelo, uma consulta na prefeitura evita a surpresa de receber, posteriormente, débitos atrasados de IPTU e outras taxas que não foram quitadas pelo antigo proprietário. “A visita ao cartório também ajuda no sentido de averiguar pendências físicas ou financeiras para a transferência de nome”, orienta Marina.
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3. Opte pelos andares superiores do edifício
Uma dúvida bastante recorrente diz respeito ao andar do apartamento. É melhor ficar nos andares mais próximos ao térreo ou nas alturas? A profissional é enfática em aconselhar a compra em andares superiores como forma de evitar os barulhos que fazem parte do cotidiano externo, como o trânsito e a área de lazer do condomínio – quadras, piscina e salões de festa –, principalmente aos finais de semana.
E o conselho vem acompanhado por outra observação que não pode ser esquecida: a impermeabilização. “É muito frequente que apartamentos próximos à cobertura sofram com problemas derivados da baixa pressão de água do edifício. Por isso, essa pergunta não pode ser deixada de lado”, ressalta Marina.
4. Conheça a vizinhança
Na compra de um imóvel na planta fica mais complicado saber, mas quando o edifício já está habitado, não abra mão de conhecer o comportamento dos futuros vizinhos. Uma conversa informal com os condôminos pode indicar a satisfação (ou não) com os residentes e assim como as regras do prédio.
“Uma leitura prévia da ata constituída na assembleia geral evita muitos dissabores”, enfatiza a arquiteta que já presenciou inúmeras ocasiões em que vizinhos passaram por desentendimentos por conta de uma convivência conflituosa. “Para a realização da obra, nossa equipe é extremamente meticulosa para evitar reclamações por conta de barulhos e poeira. Não abro mão de fecharmos o dia de trabalho com uma limpeza”, destaca.
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5. Cuidado ao comprar um apartamento novo ou usado
Comprar um apartamento novo ou usado implica em diferenças a serem analisadas pelo comprador. De acordo com Marina, a aquisição de imóveis na planta ou em construção demanda a busca pelo histórico da construtora no mercado e a visita em outros empreendimentos realizados pela empresa. “Esse cuidado é valioso para conhecer a qualidade construtiva, a integridade e o compromisso com a entrega da obra no prazo prometido”, adverte.
Já no caso de aptos usados, o olhar é voltado para questões relacionadas à estrutura (como a hidráulica e elétrica) e a possibilidade de benfeitorias, como a instalação de ar-condicionado, que deixou de ser um luxo para se tornar um pedido recorrente dos clientes.
Ainda sobre o equipamento, Marina explica que, quando o imóvel é bastante antigo, invariavelmente as instalações elétricas não comportam o uso, gerando a necessidade da substituição da fiação e do quadro de energia – sem contar a readequação do número de tomadas dispostas nos ambientes e o cabeamento.
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Fonte: IG Mulher