O hacker Walter Delgatti, responsável por invadir o Telegram e copiar diálogos de procuradores da Lava-Jato, esteve em Brasília nesta terça-feira e se encontrou com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, na sede do partido, segundo afirmou ao GLOBO seu advogado, Ariovaldo Moreira. De acordo com o defensor, os dois foram levados ao local pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A parlamentar nega o encontro.
“Sobre a reunião em Brasília, ela realmente aconteceu e, inclusive, eu estava presente, participei da reunião com a equipe do PL. Fomos apresentados pela deputada Carla (Zambelli) e falamos com algumas pessoas do PL”, afirmou o advogado ao GLOBO. A informação de que Delgatti se reuniu com integrantes da campanha foi antecipada pelo G1.
Ariovaldo afirmou que tratou de diversos assuntos, inclusive sobre a campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro, mas negou que tenha sido levado até a sede do partido para tratar especificamente sobre isso. O advogado diz ainda que esteve com “pessoas envolvidas com o PL” que estão “à frente da campanha”, e citou o presidente da legenda.
“Eu estava em Brasília, estive com a Zambelli, estive com as pessoas envolvidas com o PL que estão à frente da campanha do presidente. Ele não foi (apresentado) para a campanha, conversamos com a Zambelli sobre vários assuntos e apresentou ao Valdemar. Falou-se sobre vários assuntos, entre elas a campanha, mas não fomos para lá com o sentido de aderir à campanha.”
Fontes do partido confirmaram ao GLOBO, em reservado, que o encontro ocorreu, mas que Valdemar teria descartado qualquer participação de Delgatti na campanha de Bolsonaro.
Procurada, Zambelli, uma das parlamentares mais próximas do presidente, nega que tenha se encontrado com Delgatti em Brasília , mas admite manter contato com o hacker.
“Não teve reunião, eu tenho contato com ele (Delgatti), mas esse advogado que está inventando coisa. Não teve nada de Brasília, nada de Alvorada, nada de PL”, disse Zambelli.
Delgatti foi o responsável por invadir o Telegram e copiar diálogos de procuradores da Lava-Jato. Ele foi preso em 2019 pela Polícia Federal na Operação Spoofing. Delgatti respondeu a pelo menos dois processos por estelionato. Em 2012, pagou uma conta de R$ 740 em um hotel em Piracicaba, no interior de São Paulo, usando um cartão de um homem de 75 anos. Ele negou o crime, mas acabou sendo condenado a um ano de prisão em regime aberto.
Em 2015, Walter usou um cartão de um escritório de advocacia para comprar móveis. Em 2018, ele foi condenado a um ano e dois meses em regime semiaberto.
Outra acusação contra ele veio em abril de 2017: tráfico de drogas e falsificação documentos. Walter foi detido comercializando comprimidos de venda proibida, usando uma carteira de estudante em nome de outra pessoa.
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Fonte: IG Nacional