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Petrópolis: perícia usou DNA para identificar parte das vítimas

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Equipe de peritos da Polícia Civil atuaram na identificação das vítimas de tragédia em Petrópolis
Luís Alvarenga/Divulgação/Governo do Estado do Rio de Janeiro – 14.08.2022

Equipe de peritos da Polícia Civil atuaram na identificação das vítimas de tragédia em Petrópolis

O trabalho de mais de 200 profissionais, entre eles peritos legistas, papiloscopistas, técnicos e auxiliares de necropsia, inspetores e peritos odontolegistas, resultou na identificação de 233 corpos após o temporal que devastou a cidade de Petrópolis há quase seis meses. José Rodrigues Fontes, de 78 anos, pai da farmacêutica Ana Cristina Rodrigues Fontes, de 28 anos, estava entre as vítimas da tragédia, que ocorreu em 15 de fevereiro. O aposentado foi identificado por meio de material genético armazenado no banco de DNA, criado durante o mutirão realizado pela Polícia Civil Técnico-Científica.

“Não conseguimos identificar o corpo do meu pai e não tínhamos documentos com a digital dele. Enquanto não tivéssemos 100% de certeza, ainda havia esperança. Uma parte de mim queria acreditar que não era ele. Outra parte queria respostas. Só quando pegamos o resultado do exame de DNA é que a ficha caiu de verdade. Todo sentimento de dor e tristeza veio naquele momento. Mas também veio uma enorme sensação de alívio porque a incerteza gera dúvida e muita dor. Foi muito triste, mas só assim conseguimos, de alguma forma, encerrar isso. Foi de extrema importância para nós e fundamental para resolvermos questões burocráticas e legais para tentar seguir em frente”, conta Ana Cristina.

Horas depois das fortes chuvas que castigaram a cidade, técnicos e peritos já trabalhavam para o reconhecimento dos corpos. As pessoas registravam o desaparecimento de familiares e amigos, enquanto equipes da Polícia Civil convocavam as famílias para coletarem material genético para o exame de DNA que poderia ajudar na identificação das vítimas.

“No dia do temporal recebemos 16 corpos. Já no dia seguinte recebemos mais de 100 e foi só aí que tivemos uma noção do tamanho da tragédia. Convocamos, então, técnicos, inspetores, delegados, peritos legistas, odontolegistas e papiloscopistas que vieram de todo o estado para nos ajudar. Também foi necessário recorrer a contêineres e caminhões frigoríficos para armazenar os corpos. Tudo feito de forma bem célere”, relata a perita legista Mary Laura Garnica Perez Villar.

As primeiras vítimas encontradas foram identificadas pela necropapiloscopia, que utiliza as impressões digitais, ou pela odontologia legal, a partir de documentos que as famílias disponibilizaram.

“Fizemos uma análise da arcada dentária e comparamos com os documentos que as famílias nos forneciam. Também apelamos aos dentistas da cidade para que disponibilizassem esse material para nos ajudar. Foi uma mobilização muito grande”, conta a legista.

Coleta de DNA

Depois de uma semana de buscas, 89 pessoas ainda estavam desaparecidas. Enquanto chuva e trovoadas voltavam a trazer medo e apreensão aos moradores, as famílias começavam a fazer testes de DNA em mutirões organizados pela Polícia Civil para ajudar na identificação das vítimas, a partir de material genético.

De acordo com a perita Mary Laura, o exame da genética forense é o último da cadeia por ser mais complexo e demorado.

“Os perfis genéticos da vítima e da família precisam ser comparados. Foi necessário fazer o exame de DNA porque, conforme o tempo passava, ficava mais difícil o reconhecimento dos corpos. Com os registros que as famílias faziam na Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), agendávamos a coleta do material genético”, explica.

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Fonte: IG Nacional

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