Diretor do Detran, policial militar e três despachantes são presos suspeitos de envolvimento com fraudes em multas e emissão de documentos
Um diretor do Detran, um policial militar e três despachantes foram presos nesta quarta-feira (21) suspeitos de envolvimento com fraudes em multas, emissão de carteira de motorista e documentação de veículos.
De acordo com o delegado Glaucio Stocco, entre abril e agosto deste ano foram 1.100 ações suspeitas no sistema. Os investigadores descobriram que o sistema foi invadido por um programa malicioso que permitia o acesso externo e alteração de dados.
Uma funcionária de Bauru, no interior de São Paulo, ao voltar de férias, percebeu que várias ações, como tirar multas e dívidas do sistema e emissão de CNH, tinham sido feitas usando as senhas dela. Ao aprofundar as investigações, os policiais descobriram o esquema.
Segundo a polícia, o grupo cobrava entre R$ 800 a R$ 7 mil para obter vantagens ilícitas no Detran.
Além dos R$ 140 mil apreendidos na casa do diretor-técnico do Detran, foram encontrados R$ 30 mil em dinheiro na casa de um dos despachantes presos.
Dedos de silicone, que podem ter sido usados para simular presença em cursos de direção, também foram identificados. Cinco pessoas estão presas temporariamente, por cinco dias.
O Detran informou em nota que forneceu as informações iniciais e está colaborando com as investigações da operação, que é coordenada pela Controladoria-Geral do Estado de São Paulo e pela Polícia Civil, na qual foram detidos um diretor-técnico de nível II e um oficial administrativo da autarquia, ambos vinculados à superintendência da capital.
“Os servidores serão preventivamente afastados e os procedimentos de apuração seguirão os trâmites legais. O Detran esclarece ainda que em 2022 realizou 2.300 fiscalizações e 12 operações conjuntas com as forças de segurança do estado para combater ocorrências de delitos, fraudes e corrupção.”