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Assistidas pelo AgroNordeste, mãe e filha nutrem sonhos com a apicultura

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Assistidas pelo AgroNordeste, mãe e filha nutrem sonhos com a apicultura


Cleuza de Jesus Antunes e a filha Débora Lúcia são apicultoras em São João da Ponte, onde recebem assistência do Programa AgroNordeste. Orgulhosas com o resultado conquistado após muito empenho, elas contabilizaram 150 quilos de mel de aroeira na última extração da produção. Antes, a colheita era cerca de 14 quilos e para consumo próprio. Com a assistência técnica e gerencial, a produção foi aumentando para 20 a 25 quilos, quando ela começou a vender. Hoje, a apicultura representa geração de renda.

Assistidas pelo AgroNordeste, mãe e filha nutrem sonhos com a apicultura - SENAR MINAS

“Dessa última colheita da aroeira, em julho, foram 63 quilos só para envazar e mandar para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) das escolas; o restante, 87 quilos, vendemos para o comércio local. Meu sonho era vaca de leite, mas, hoje, com as minhas abelhas, consigo ter uma boa fonte de renda”, comemora Cleuza.

Para entender melhor a história dessa dupla, é preciso voltar um pouco no tempo. A propriedade, que hoje é motivo de orgulho e recebe cuidado especial, não era o foco de atenção da família. Isso porque Cleuza e o marido Rone ficavam de três a quatro meses fora do município, trabalhando na colheita do café no Sul de Minas. Com isso, quase nada se desenvolvia na fazenda, chegando, até mesmo, a dar prejuízos. Mesmo após o fim das viagens a trabalho, Cleuza tinha dificuldades para fazer a propriedade prosperar. 

“Quando a gente voltava, estava tudo acabado aqui na nossa propriedade e eu tinha que alugar pasto para o gado. Quando larguei as viagens, tentei várias produções, como milho e feijão, mas não um técnico para orientar. Então, plantava errado e sempre perdia as coisas. Passei a pegar alguns livros para tentar aprender mais, pensando na renovação do que produzir”. 

Incentivada pela filha de 21 anos, Cleuza fez o curso de apicultura e passou a acreditar novamente no sustento a partir da propriedade. Hoje, mãe e filha vivem o mesmo sonho e dividem o empenho no apiário. “Eu fiz o curso primeiro e incentivei minha mãe a fazer também. É bom ter essa renda aqui, sem precisar sair em busca de trabalho. Pouco antes de mexer com as abelhas, pensei em buscar algo fora, mas agora só me vejo na apicultura. É muito gratificante. Aqui em casa, todos abraçaram a oportunidade”, recordou Débora Lúcia, que já pensa em fazer um curso técnico ou superior vinculados à apicultura.

“Isso tudo é muito importante, não só pela presença da mulher na apicultura, mas também por ver a sucessão familiar. Essa é uma das grandes preocupações no meio rural. As pessoas estão envelhecendo e as propriedades ficam sem um sucessor. Como vemos, a filha já está inserida na atividade. E, quando o jovem percebe que pode ter uma vida igual ou melhor do que a dos pais, ele dá continuidade à atividade familiar”, destacou o gerente regional do Sistema FAEMG/SENAR/INAES, Dirceu Martins.

AgroNordeste 

O AgroNordeste é um projeto do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), através da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) e em parceria com o Sistema CNA/SENAR, leva assistência técnica e gerencial a propriedades do semiárido no Nordeste e em Minas Gerais. 

A assistência técnica e gerencial oferecida pelo programa chegou à família em novembro de 2020. Mudanças pontuais foram recomendadas pelo técnico de campo Alex Sandro Santa Rosa ao longo dos meses, tornando a atividade mais sustentável. 

“Ela estava com dez caixas produtivas, agora já são 25. Lá existia uma dificuldade de manejo, as abelhas que ela capturava não ficavam na caixa. Atuamos nesta melhoria, mudando a expectativa do negócio, o que incentiva a própria sucessão familiar. Com a renda que conquistam, não precisarão ir para a cidade”.

Até o fim do ano, a expectativa é que a propriedade alcance 50 caixas produtivas e possa triplicar a colheita do mel. Nos próximos passos, também estão produção de pólen e reflorestamento de parte do antigo pasto para plantio de espécies que a própria abelha pode usar para fabricação de diversos méis.

O rápido resultado da propriedade e as expectativas futuras despertaram a atenção do coordenador estadual do AgroNordeste, Rafael Martins Garcia, e do analista técnico Ricardo Tuller. Eles visitaram a fazenda junto do supervisor do programa, Lucas Oliva, e da agente de desenvolvimento local, Daiane Dias Fonseca.

Fonte: CNA Brasil

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