CNA debate agenda de pesquisa em seguros rurais no último dia do 59º congresso da Sober
Brasília (06/08/2021) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, na sexta (6), da reunião do grupo de estudos “Seguros rurais para o desenvolvimento da agropecuária brasileira: percepção dos produtores e demandas setoriais, análise de impactos das políticas públicas, tendências e previsões”.
O encontro foi promovido pela CNA no último dia do 59º Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (Sober) e do 6º Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo (EBPC).
O grupo buscou mapear uma agenda de pesquisas em seguros rurais que contribuam para a expansão e aprimoramento do mercado de seguros rural rurais, dos produtos de seguros e dos programas de apoio do Governo Federal para a utilização de instrumentos de gestão de riscos.
Essa agenda inclui a análise de percepção de riscos dos produtores, análise de custo-benefício dos programas públicos, comparativo com experiências internacionais, análise da tomada de decisões das seguradoras, do impacto regulatório de propostas legislativas relacionadas ao tema, uso de tecnologias para monitoramento e avaliação de perdas, estratégias para a massificação, nível de subvenção ótima por cultura/criação, complementariedade com políticas públicas estaduais, novos produtos de seguro, entre outros.
A agenda é multidisciplinar e, por isso, foi proposta a criação de uma rede ampla de pesquisa, que deve contar com o apoio financeiro do setor privado, além da sua contribuição para a divulgação dos conhecimentos gerados aos agentes desse mercado, incluindo produtores rurais, seguradoras, resseguradoras e Governo, entre outros.
A discussão foi coordenada pelo gerente do Departamento Técnico e Econômico da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Cláudio Brisolara, e contou com a participação da assessora técnica de Política Agrícola da CNA, Fernanda Schwantes. A Confederação foi uma das patrocinadoras do evento virtual, que teve como tema “Ações coletivas e resiliência: inovações políticas, socioeconômicas e ambientais”.
Os debatedores foram o diretor do Departamento de Gestão de Riscos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Pedro Loyola; o coordenador do Grupo de Estudos em Seguros e Riscos (Geser/Esalq/USP), Vitor Ozaki; o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Gilson Martins; e o head agro do BTG Pactual, Gabriel Bruno de Lemos. O evento também contou com a participação do secretário de Política Agrícola do Mapa, Guilherme Bastos.
“Precisamos aproximar a academia dos problemas reais do mercado para que as pesquisas desenvolvidas possam ser aplicadas e efetivas, contribuindo, de fato, para o desenvolvimento do mercado de seguros a fim de atender os produtores rurais em todo o Brasil”, afirmou Cláudio Brisolara.
Apesar da contratação de seguros agrícolas ter crescido nos últimos anos e do Governo ter ampliado significativamente os recursos para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) – passou de R$ 427,9 milhões, em 2019, para R$ 881 milhões, em 2020, com previsão de aplicação de R$ 976 milhões em 2021 –, ainda existem pontos que precisam avançar para o crescimento do mercado de forma organizada e para desenvolver instrumentos de gestão de risco visando aumentar o interesse das seguradoras por novas atividades e a área segurada.
Entre as propostas defendidas pela CNA, estão o fomento à gestão de riscos para tornar o seguro rural uma política de Estado e a garantia de previsibilidade de execução do orçamento destinado ao PSR.
Além disso, a CNA também defende a ampliação do uso de tecnologias para facilitar a contratação, o monitoramento e a regulação dos sinistros; a ampla utilização do open insurance (compartilhamento de dados entre seguradoras quando autorizado pelos produtores rurais) e a customização de produtos de seguros adequados ao nível tecnológica e às especificidades regionais de cada atividade, entre outros pontos.
“Estamos satisfeitos com o produto que será gerado a partir desse encontro e com a significativa participação de congressistas. Vamos buscar apoio institucional e financeiro e parcerias para viabilizar essa rede de pesquisa e mobilizar pesquisadores, como sugerido pelos convidados desse painel. Essa aproximação com a academia é fundamental para a evolução dos seguros rurais no Brasil”, disse Fernanda Schwantes.
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