CNA Jovem: talentos mineiros se reúnem em BH
Com programação variada e muito conteúdo de qualidade, o Sistema FAEMG/SENAR/INAES reuniu, durante dois dias, seis jovens talentos mineiros, com a missão de prepará-los para os próximos desafios do programa. Em 23 e 24 de setembro, Camila Oliveira, Hugo Leite, Laerte Neto, Mairon Figueiredo, Nayara Gonçalves e Thomaz Coelho tiveram palestras e oficinas para potencializar a apresentação de seus projetos. Ao fim do evento, eles apresentaram seus projetos para uma banca formada por gestores do Sistema FAEMG – um “simulado” de como vai ser em Brasília, nas etapas finais.
O superintendente do SENAR MINAS, Christiano Nascif, deu as boas-vindas à turma: “sintam-se abraçados por todo o Sistema FAEMG e especialmente pelo nosso presidente Roberto Simões, que tanto apoia a sucessão de lideranças no agro. Esperamos que vocês deem seu máximo para ganhar. O máximo de empenho, de inovação, de criatividade, para ganhar. Vocês são muito importantes para que possamos manter o agro mineiro na pujança e protagonismo que ele tem no cenário nacional. É isso que queremos: formar líderes, agentes de transformação do agronegócio, agentes de transformação da vida das pessoas. Podem contar conosco até o final”.
Acolhimento
Os dez gerentes regionais do Sistema FAEMG enviaram vídeos saudando os participantes, bem como a coordenadora do Programa CNA Jovem em Minas Gerais, Marília Saraiva. Em comum, todos ressaltaram a confiança da entidade nas ideias dos jovens para o avanço do agronegócio mineiro e o apoio irrestrito à caminhada deles rumo às etapas finais do programa.
Iniciando a maratona de conhecimento, a gerente técnica Aline Veloso apresentou o funcionamento do sistema sindical, a participação da FAEMG na interlocução entre as demandas do produtor rural e a esfera governamental e os programas especiais da entidade; a analista pedagógica da Gerência Pedagógica, Cristiane Trigueiro, mostrou os programas especiais do SENAR MINAS e apresentou as crescentes novidades desde o ano passado, como o investimento em treinamentos virtuais para que o campo não fique sem acesso ao saber.
Em seguida, a analista do INAES, Amanda Pessoa, explicou que o Sistema FAEMG já é um player nacional quando se fala em inovação e desenvolve projetos que vão da aceleração de startups ao fomento de investidores para o segmento; e, por fim, a gerente de Meio Ambiente Ana Paula Mello, falou sobre perspectivas ambientais e os desafios para o agronegócio do futuro: “esses desafios começam com a população crescente – a FAO diz que o Brasil deve se responsabilizar pela produção de 40% dos alimentos no futuro para os humanos”, disse.
Simulado
De olho nos desafios finais do CNA Jovem, já no primeiro dia os participantes conheceram estratégias de Pitch com Lívia Horta, treinadora e mentora em comunicação e oratório estratégica. Ela é assertiva sobre o papel da comunicação confiante na carreira das pessoas: “se você não conseguir se comunicar, você não consegue se colocar no mundo”. Lívia falou aos participantes sobre tipos de personalidades no mundo corporativo, erros cometidos nas apresentações, postura corporal e, por fim, aplicou um exercício sobre os temas.
No último dia do encontro, os seis participantes apresentaram seus projetos para uma banca formada pelo superintendente Christiano Nascif, o superintendente técnico do Sistema FAEMG, Altino Rodrigues e a superintendente do INAES, Silvana Novais; a gerente pedagógica Mírian Rocha; a assessora jurídica Cláudia Cobianchi; o gerente de Assistência Técnica e Gerencial, Bruno Rocha de Melo; e o gerente de Planejamento Celso Furtado Jr. A banca avaliou os projetos e a postura de cada um e repassou dicas para a apresentação “para valer”, em Brasília.
Camila, Hugo, Laerte, Mairon, Nayara e Thomaz despediram-se da programação do 2º Encontro Estadual CNA Jovem com um city tour por Belo Horizonte – mas, antes, a analista pedagógica Cristiane Trigueiro convidou Camila, Hugo, Laerte, Mairon, Nayara e Thomaz a relaxarem com meditação e um exercício sensorial para controlar a ansiedade e manter o foco no momento presente. Cada um também compartilhou suas impressões sobre o evento e o que mais destacou do aprendizado.
O evento foi organizado pela Gerência de Formação Profissional e Promoção Social do Sistema FAEMG. A programação foi conduzida pela gerente Liziana Rodrigues, com suporte da analista de Promoção Social, Michelle Camila Ferreira, e apoio de toda a equipe. A última etapa do CNA Jovem será em Brasília, em 2 e 3 de outubro.
Relembre os projetos de cada um
1 – Hugo Leite (foco empresarial):
“Pretendemos levar os sabores do campo à mesa do brasileiro, o que casa muito com o meu trabalho com o queijo artesanal. Os maiores entraves que encontramos hoje são o logístico, pois dependemos do governo federal para construção de ferrovias e rodovias para escoar mais facilmente nossa produção, e o legislativo, na regularização desses produtos, porque não adianta nada ter um bom produto que não consegue chegar aos grandes centros porque a legislação não é adequada a esses produtores. Nós acreditamos que a indicação geográfica é a solução para isso e para promover a sucessão familiar no campo e dar continuidade ao trabalho.”
2 – Nayara Gonçalves (foco educacional):
“O meu desafio individual é melhorar a baixa produtividade de leite no Brasil. Fizemos um levantamento de dados zootécnicos e econômicos de diversas propriedades de leite e, com base nesses indicadores e benchmarking, vamos divulgar em plataformas especializadas o que é de fato ideal e realizável nessas propriedades para despertar nos pequenos e médios produtores de leite a importância dos indicadores. A intenção é engajar esses produtores nos tópicos de gestão, estreitar a relação deles com os laticínios, e mostrar para eles que a assistência técnica e gerencial é o caminho para o sucesso, porque, se a atividade não for economicamente sustentável, em pouco tempo ela acaba.”
3 – Laerte Neto (foco sindical):
“Pretendo trazer aos jovens de Monte Alegre de Minas, a minha cidade, a possibilidade de uma vivencia empresarial em grupo no Sindicato de Produtores Rurais local. Quero incentivar mais jovens a participar do sindicato e da sucessão sindical, pois são poucos. Fiz parte e estudei alguns programas de outras federações para me inspirar. Meu objetivo é aumentar a representatividade dos jovens no sindicato, sem esquecer da construção feita pelos nossos antepassados. A ideia é integrar esse projeto com os programas que o Sistema FAEMG já tem voltados para a juventude.”
4 – Mairon Figueiredo (foco político-partidário):
“Como desafio pessoal, pretendo manter uma comunidade autossustentável de jovens mobilizados e engajados em se desenvolver como lideranças. Decidi por esse propósito porque sentia falta da formação das soft skills na graduação – habilidades como oratória e liderança não são ensinadas na escola no atual modelo de ensino. Já temos mais de 100 pessoas entre 14 e 23 anos envolvidas no compartilhamento de informações e experiências.”
5 – Camila Oliveira (foco institucional):
“Meu desafio individual está muito ligado à comunicação no agro. A comunicação externa é um grande desafio que muitas vezes acaba prejudicando nosso produtor e nossos produtos. Minha proposta visa tentar reunir empreendimentos rurais com consumidores para que dialoguem. Acredito que a melhor forma de fazer isso é investir nas nossas próximas gerações de líderes, criando um espaço seguro de diálogo para reunir jovens do campo e da cidade para conversar e pensar em pautas sobre o nosso sistema alimentar, para torná-lo cada vez mais sustentável ao longo do tempo.”
6 – Thomaz Coelho (foco institucional):
“Meu desafio pessoal foi baseado em um problema que percebo na minha região, que é a falta de conscientização na equideocultura, especialmente com o animal de trabalho, porque é uma parte do agro, mas não é uma parte muito valorizada. Observo muitos problemas de manejo sanitário e bem-estar animal, então meu desafio é comprometer os criadores de cavalos, levando informação ao produtor sobre os principais cuidados sanitários. Espero aumentar a qualidade da informação para quem atua no setor, reduzir o risco da propagação de informações incorretas e aumentar os interessados na equideocultura para reduzir o risco de perdas econômicas nas propriedades.”