Curso de Vaqueiro mostra como manejo adequado gera retorno financeiro
“Todo produtor quer minimizar custos e obter melhores resultados e lucros. Nosso papel é mostrar as técnicas corretas para inclusão na rotina, que podem gerar melhorias da porteira para dentro”, disse o instrutor Emerson Pacheco, no curso de Vaqueiro, oferecido em Esmeraldas pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES em parceria com o Sindicato Rural do município.
No treinamento, ele mostrou que o retorno financeiro no aspecto reprodutivo pode chegar a 70% se observadas as práticas corretas de manejo. Algumas ações começam desde cedo para que a bezerra se desenvolva mais rápido e com melhor desempenho produtivo e capacidade reprodutiva. Muitas vezes, o que se encontra nas propriedades são práticas precárias que impactam significativamente nos resultados, e o produtor passa a não acreditar na atividade rural como atividade lucrativa.
“Assumir o compromisso com o manejo adequado reduz a incidência de doenças e a mortalidade nos primeiros três meses de vida. Se o produtor não observar corretamente o desmame dos bezerros e não conhecer as doenças que afetam o animal naquele período, pode ter perdas no peso ou abate. Outro fator é quanto à falta de reforma das pastagens, que costumam passar cerca de 20 ou 30 anos sem os devidos cuidados. Alimentação e bem-estar animal também fazem parte da rotina e não envolvem altos investimentos. Caro será se houver prejuízos. É isso que inviabiliza a produção”, explicou o instrutor.
O produtor Marlon Silva comprovou os resultados. “No primeiro dia do curso, já percebi erros no meu modo de operar. Fiz mudanças simples, começando pela preocupação com a qualidade da água e alimentação para o gado e com a higienização dos utensílios e do local. A qualidade da produção melhorou tanto que recebemos a certificação Fazenda Nota 10, da Cooperativa Central de Produtores Rurais. Devo muito ao SENAR.”
Sucessão no campo
A estudante de Veterinária Natasha Rabelo Leite, filha de produtor, quer trabalhar com animais de grande porte e ajudar a família em Pompéu. “Agora, minha experiência com vacinação e contenção vai ajudar muito e evitar o desperdício com medicação inadequada”.
“O curso mudou muito a minha visão. A primeira lição que me marcou foi a dos bebedouros, que acumulam muita sujeira pela exposição ao ar livre. É como o instrutor disse: ‘você beberia essa água?’ Se a resposta for não, não faz sentido oferecer ao gado. Na produção leiteira, por exemplo, essa preocupação é extremamente necessária. Muito que foi ensinado pode evitar surpresas futuras, principalmente ao fazer as contas para se manter no negócio”, disse a aluna Catarina Teixeira, também filha de produtora.