Dia do Apicultor – Trabalho e dedicação garantem qualidade do mel brasileiro
Brasília (22/05/2021) – A comercialização de produtos apícolas brasileiros ganha cada vez mais espaço no mercado doméstico e internacional. Mel, própolis, cera, pólen e geleia real conquistaram o paladar de consumidores de países como Estados Unidos, Canadá e União Europeia.
Segundo análise da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com base nos dados do Ministério da Economia, somente em abril deste ano, o Brasil exportou US$ 22,5 milhões em produtos apícolas, um crescimento de 143,9% em relação ao mesmo mês de 2020.
O mel natural puxou o desempenho do setor e foi o campeão de vendas, com exportações de US$ 20,7 milhões em abril (92% do total). Já as ceras de abelha somaram US$ 1,8 milhão no mesmo período. Os EUA foram o principal mercado comprador dos produtos apícolas, com participação de 67,4% do total. Em seguida aparecem União Europeia (12,4%), Canadá (10,0%), Japão (4,9%) e China (2,2%).
Todo esse sucesso no comércio exterior é resultado do trabalho minucioso dos apicultores brasileiros. Para gerar bons retornos financeiros, a apicultura requer atenção em alguns pontos, como o conhecimento sobre as abelhas, localização dos apiários, gestão da atividade e manejo produtivo das colmeias.
De acordo com o instrutor dos treinamentos de apicultura e técnico de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar em Minas Gerais, Gláucio Gurgel, a criação de abelhas é como qualquer outro investimento dentro da agropecuária. “Todos os cuidados são muito importantes para o sucesso do empreendimento, desde a água de boa qualidade e distância compatível, como também o uso correto de fumaça para não irritar as abelhas”.
Gurgel explica que na apicultura moderna se adota um tripé para a alta produtividade, ou seja, três manejos primordiais para a alta produção: substituição da rainha improdutiva, substituição da cera velha e alimentação artificial. “Temos que entender que na adoção desse manejo os itens são como uma caixa de marcha. Para o funcionamento exemplar, todos precisam ser empregados com a máxima perfeição”.
Por ser considerado um produto artesanal, o mel se enquadra no Programa de Alimentos Artesanais e Tradicionais da CNA. De acordo com a assessora técnica da entidade, Marina Zimmermann, no eixo da regulamentação do Programa, a Confederação atua para que o novo normativo que trata da concessão do Selo Arte (Lei nº 13.680/2018) aos produtos das abelhas e seus derivados seja condizente com as condições do campo e com o sistema produtivo dos criadores de abelhas.
“Nesse sentido, ao estimular que o criador de abelhas requisite o Selo Arte para seus produtos, a CNA pretende desenvolver o conceito da agregação de valor aos produtos das abelhas e o comércio nacional desses produtos. A entidade também apoia o fortalecimento da meliponicultura, que é o sistema produtivo das abelhas nativas brasileiras”, disse Marina.
Os produtos apícolas também fazem parte de uma das cadeias produtivas prioritárias no escopo de atuação do Projeto Agro.BR, uma iniciativa da CNA em parceria com a Apex-Brasil voltada para a internacionalização do agro brasileiro.
Além dos cursos, o Senar tem cartilhas sobre apicultura, que podem baixadas gratuitamente no portal: www.cnabrasil.org.br/senar/colecao-senar
No Dia do Apicultor, o Sistema CNA/Senar parabeniza a todos os profissionais que produzem e contribuem para o aumento da oferta e do consumo de mel no Brasil e no mundo.
Conheça alguns apicultores:
FRANCISCO CARDOSO DA SILVA
Bonito de Santa Fé – Paraíba
Em 2013, Francisco entrou na Associação dos Apicultores do município, mas só a partir de 2018 decidiu estabelecer metas e evoluir na produção do mel. O que o motivou foi a questão financeira, a importância da polinização das abelhas e a curiosidade. “Eu gosto de trabalhar com as abelhas, me sinto muito bem quando estou no apiário. A atividade está começando a nos dar um equilíbrio entre as despesas e a receita”.
Francisco disse que a assistência técnica do Senar tem ajudado a melhorar o manejo da atividade e em 2021 já atingiu uma produção superior aos outros anos. “A parte de controle do apiário, como anotações de gastos e de receitas, até então eu não fazia, e tudo isso o Senar tem me ensinado. O curso me incentiva a explorar outros caminhos, como a produção de própolis e cera. Só tenho a agradecer ao Senar e ao nosso técnico que nos ajuda bastante”.
ARENALDO AIRES DOS SANTOS
Porangatu – Goiás
O produtor de leite Arenaldo também iniciou a criação de abelhas em 2013. A oportunidade veio a partir de um curso do Senar Goiás. “Durante o curso capturei um enxame e desde então estou na atividade”. A criação de abelhas, que toca com sua esposa, proporcionou uma vida melhor para a família, com o incremento na renda.
Segundo o produtor, o Senar ajudou a melhorar o manejo da produção. “Os melhores resultados vieram após a Assistência Técnica e Gerencial em Apicultura (ATeG), no início de 2017”.
DÉCIO RODRIGUES DE OLIVEIRA
São João da Ponte – Minas Gerais
Décio iniciou na apicultura no ano de 2019, quando seu cunhado o vendeu duas caixas para abelhas. “Ele já criava no sítio dele e me contava os resultados. Depois que comprei as caixas logo me interessei”.
Ele conta que os resultados da produção são bons. “Atualmente não penso em parar o que faz com tanta dedicação. Os cursos do Senar Minas foram, sem dúvida, fundamentais para que eu continuasse na apicultura”.
Conheça o mel do Paraná que é reconhecido com Indicação Geográfica:
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