Live debate sanidade de animais aquáticos
Brasília (05/11/2020) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu uma live, na quinta (05), sobre o tema “Sanidade de animais aquáticos – por que é importante controlar seu manejo?”.
O debate foi moderado pelo presidente da Comissão Nacional de Aquicultura da CNA, Eduardo Ono, e contou com a participação da coordenadora de Animais Aquáticos do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Valéria S.F. Homem, e do médico veterinário e professor de Sanidade de Animais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Henrique César Figueiredo.
Eduardo Ono avalia que a aquicultura vem crescendo de forma consistente há mais de uma década no Brasil, mas o surgimento de novas doenças também cresce na atividade.
“É um ambiente desafiador, especialmente para os aquicultores das cadeias de peixes e de camarão. Esses produtores e os técnicos que fazem o acompanhamento desse processo se deparam com muitas dúvidas, dificuldades e situações novas e é um desafio cuidar da saúde desses animais no dia a dia do seu trabalho”, afirmou.
Valéria alertou que existe uma tendência inicial dos produtores investirem em genética, alimentação e instalações acreditando que a questão da saúde é uma consequência, mas o manejo sanitário é fundamental. Segundo ela, a atividade envolve muitos riscos e doenças “silenciosas” podem trazer perdas econômicas difíceis de serem mensuradas.
“Não é só o que perdemos, mas o que estamos deixando de ganhar. Temos um caminho grande e largo a ser trilhado em relação à economia de doenças em sanidade aquícola, mas existem medidas biosseguras que trazem possibilidades exequíveis disso ser combatido”, disse ela.
Na opinião de Henrique, o controle sanitário adequado é fundamental para garantir a rentabilidade e a sustentabilidade do sistema de produção. Segundo ele, os dois focos principais devem ser a diminuição da mortalidade desde a compra até o final da engorda e a garantia de que o peixe produzido terá bom rendimento dentro do frigorífico, com baixa taxa de recusa e refugagem.
“Custo sanitário é custo de produção. Muitas vezes ele não é apreciado ou calculado da maneira correta e isso impacta na lucratividade do sistema. É preciso saber como investir na área sanitária e o que deve ser implementado para que esse custo seja adequado”, declarou.
Em relação aos técnicos, os participantes recomendam a necessidade de qualificação permanente e troca de experiências com especialistas, já que se trata de uma área nova, onde surgem doenças, tipos de manejo e tecnologias com frequência. Outro ponto importante é a relevância que a aquicultura vem ganhando dentro das universidades, com disciplinas específicas sobre a área.
A elaboração de materiais técnicos para a definição de protocolos mais claros é uma das prioridades do Ministério. Segundo Valéria, será lançada em novembro uma série de manuais do Programa Nacional de Sanidade de Animais Aquáticos de Cultivo – “Aquicultura com Sanidade”. As publicações trarão diretrizes para produtores e órgãos estaduais sobre pontos como cadastro do estabelecimento, trânsito nacional e internacional, vigilância, biosseguridade e despesca, entre outros.
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