Olho no futuro: Senar Minas treina instrutores para cursos de zootecnia de precisão
Começa na terça-feira (3) a Atualização Técnica em Zootecnia de Precisão, treinamento oferecido pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES a instrutores das áreas de bovinocultura do Senar. O objetivo é ensinar o uso de ferramentas de alta tecnologia que envolvam manejo e gestão do rebanho, facilitando e fomentando o uso tecnologia na pecuária.
Em 32 horas de capacitação ministrada pelos professores Mário Luiz Chizzotti e Fernanda Chizzotti, da UFV, os instrutores vão aprender a interpretar imagens de satélites e drones para avaliação de pastagens, o uso de sensores para monitorar o comportamento, o crescimento e a nutrição do animal, e muito mais. As aulas serão na modalidade virtual ao vivo e terminam dia 6 de novembro.
Aplicação no dia a dia da fazenda
O analista técnico de Formação Profisisonal Rural do Senar Minas responsável pelo treinamento, Luiz Felipe Xavier Carvalho, explica que, com a zootecnia de precisão, o produtor pode captar dados e analisá-los, obtendo informações altamente precisas e em tempo real para subsidiar sua tomada de decisão. “Fato importante quando vemos o mercado cada vez mais competitivo, obrigando o produtor ter sua gestão ‘nas pontas dos dedos’”, analisa.
Como exemplo, o analista cita satélites que, por meio de fotos, permitem a avaliação da saúde da pastagem e sua produtividade – assim, o produtor pode planejar a rotação do rebanho sem ir a campo: “outro exemplo é uso de sensores e equipamentos para automatização de processos como pesagem de gado, ou avaliação em tempo real de como um animal está reagindo a uma determinada dieta. Estamos entrando em uma era que prancheta, papéis e arquivos não terão mais espaços em nossas gestões”.
O primeiro curso do Senar Minas em zootécnica de precisão será “Introdução à Zootecnia de Precisão”, adianta Luiz Felipe, que acrescenta que outros já estão sendo estudados para atender a essa demanda, crescente no campo.
Acesso à tecnologia
Ao produtor que não adota as novas tecnologias por achar que apenas grandes fazendas precisam delas ou são inacessíveis a quem tem pequenas propriedades, Luiz Felipe avisa que esse é um paradigma que precisa ser quebrado. Para ele, independente do porte, é preciso avaliar as propriedades pelo retorno que elas dão por hectare.
“O uso das tecnologias tem muito mais a ver com o perfil do produtor do que com o tamanho da propriedade. Sejam grandes grupos com mais de 100 mil hectares de lavoura, ou produtores com menos de 5 hectares, o que faz a diferença no sucesso do uso da tecnologia foi engajamento da equipe e do produtor”, afirma o analista.
Capacitação em Agricultura de Precisão
Também neste mês, os instrutores iniciam uma Atualização Técnica em Agricultura de Precisão. As aulas, semanais e remotas, começam dia 3 de novembro e vão até 8 de dezembro, totalizando 24 horas. O conteúdo será ministrado pelo Professor José Paulo Molin (ESALQ/USP). Dentre os temas abordados, estão Sistemas Globais de Navegação por Satélite (GNSS), GNSS em máquinas, mapeamento da produtividade das culturas e aplicação localizada de insumos.