Pecuaristas de corte do Norte de Minas Gerais conhecem resultados do 1º ano de AgroNordeste
Produtores de Japonvar, Lontra e Patis que atuam na bovinocultura de corte conheceram os resultados do primeiro ano de participação no Programa AgroNordeste. Durante reuniões de benchmarking, foram apresentados índices, parâmetros técnicos, evolução do trabalho e balanço das atividades, que comprovaram a qualidade do programa. Durante o período, os produtores rurais movimentaram mais de R$ 6 milhões.
“É um grupo heterogêneo, com 27 produtores pequenos e grandes. Apesar disso, o resultado econômico de todos foi o que chamou mais a atenção. Eles entenderam a importância de informar e acompanhar os dados de fluxo de caixa e a gestão na propriedade”, analisou a técnica de campo do grupo, Maria Cecília Magalhães Gonçalves.
Reunião em Japonvar contou com a presença de produtores e seus familiares
A maioria dos produtores ainda alia o trabalho no campo com outras atividades profissionais. Após este primeiro ano de assistência técnica e gerencial, o grupo compreendeu a importância de saber separar cada recurso para tornar a propriedade sustentável.
“O que mais fez diferença foi a parte de anotações, o controle de gastos e o dinheiro que entra em caixa. Muitas vezes, a gente toma prejuízo e não sabe. Agora, aprendemos a verificar onde há lucro e onde tem prejuízo. Este controle é importante para manter a fazenda sustentável”, destacou o produtor José Afonso Pereira de Aquino, de Japonvar.
“Já vinha adotando novidades, mas o controle das finanças ajudou muito. O ATeG veio para somar. Neste ano, tivemos um grande desafio com a alta dos insumos e a escassez hídrica, mas não podemos reclamar. O produtor da região precisa se capacitar, saber mais da gestão da propriedade, porque, muitas vezes, a gente tem as informações na cabeça, mas não no papel”, explicou o produtor Rogério Nobre Guimarães, de Patis.
Resultados animadores
O trabalho foi desenvolvido de acordo com a realidade de cada propriedade, com aplicação de técnicas e tecnologias, como a melhoria no manejo de pastagens e suplementação da alimentação dos animais. Além disso, foram ofertadas doze capacitações para complementar os conhecimentos em campo, entre eles, os cursos de Vaqueiro, Alimentação Animal, Empreendedorismo e Gestão. Tudo foi importante para o produtor compreender que é possível crescer na atividade, mesmo em momentos de adversidades.
Produtores de Patis também conheceram os resultados do primeiro ano no AgroNordeste
“Apesar da escassez de água e da alta no preço dos insumos, eles não desistiram. Até então, a maioria não procurava ajuda técnica com receio de ser caro adotar mudanças. Trabalhamos de forma que foi possível mostrar manejos e técnicas simples que dão resultados”, salientou Maria Cecília.
Atento às orientações da técnica de campo, José Afonso iniciou várias mudanças na propriedade, onde cria 90 cabeças de gado. Foram instaladas novas cancelas e cercas, além da abertura de um poço artesiano para ajudar na alimentação dos animais. Desde a década de 1970 que o produtor atua diretamente na gestão de propriedades e, mesmo com tanta experiência, ele reconhece que os conhecimentos não param. “Já fiz vários cursos do SENAR. E eu sempre digo: a gente morre e não aprende tudo. A assistência tanto ensinou quanto me fez relembrar algumas coisas já esquecidas”.
Os eventos de encerramento tiveram a participação de familiares dos produtores, ponto importante para incentivar a sucessão familiar. Em Japonvar, também estiveram presentes a supervisora das cadeias de bovinocultura de corte e leite no AgroNordeste, Abigair Duarte Matias; a técnica de campo Joyce Vieira; o prefeito, Welson Gonçalves, e o secretário de Agricultura. Em Patis, estiveram presentes mobilizadores, a agente de desenvolvimento local do AgroNordeste, Dayane Dias Fonseca; e o vice-prefeito, Elivaldo Versiani Souza.
AgroNordeste
O programa é uma iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em parceria com o Sistema CNA/SENAR. Em Minas Gerais, o AgroNordeste é desenvolvido pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES em parceria com os Sindicatos Rurais.