Preço do café apresenta comportamento atípico e segue em alta no mercado
Brasília (12/08/2021) – Desvalorização do Real frente ao dólar, atraso nas exportações do café colombiano e a redução na produção do Vietnã e do estoque brasileiro estão entre as principais causas para o preço mais elevado das sacas de café em plena colheita de junho de 2021, época em que geralmente as cotações tendem a cair por conta da nova safra.
Segundo o boletim Campo Futuro – elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com o Centro de Inteligência em Gestão e Mercados da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA) –, a commodity tem apresentado altas consecutivas dos preços nos municípios participantes do projeto desde março de 2021.
“O cenário de elevação de preços na saca de café durante a colheita é atípico. Isso normalmente não acontece porque é a época de maior oferta, mas devido às circunstâncias de momento de mercado estamos nessa conjuntura”, afirmou o assessor técnico da CNA, Thiago Rodrigues.
De acordo com ele, as principais variáveis definidoras de preços de commodities agrícolas são a oferta e a demanda, tanto do mercado à vista quanto do futuro. No caso do café arábica, a procura pode ser consequência da expectativa de um aumento do interesse em países consumidores que avançaram na vacinação contra a Covid-19 e já estão em processo de reabertura.
Além disso, a Organização Internacional do Café (OIC) considera que o consumo mundial cresça cerca de 2,1 milhões de sacas de 60 kg entre a safra 2019/2020 e a de 2020/2021.
Em relação à oferta, o clima seco em Minas Gerais e a bienalidade negativa da cultura do café apontam para uma redução na produção. Com uma demanda mais forte frente à oferta, a possível escassez do produto pressiona a indústria cafeeira para fazer aquisições com a eminente possibilidade de aumentos ainda maiores nos preços futuros.
Confira o boletim completo aqui.
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