Preços recebidos pelos produtores tiveram queda em abril
O mês de abril registrou queda de 8,09% nos preços recebidos pelos produtores, conforme indica o Índice de Inflação dos Preços Recebidos Pelos Produtores Rurais (IIPR), divulgado pela Farsul nesta quinta-feira (26/5). Está é a primeira deflação do indicador no ano. Já os custos de produção apresentaram estabilidade, o Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) do último mês teve leve alta de 0,15%.
O aumento dos preços recebidos está relacionado a três fatores principais. A entrada da safra de grãos; desvalorização do Dólar frente ao Real; e expectativas de safra divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). No acumulado em 12 meses, o IIPR registrou alta de 5,38%. Apesar de ser um resultado positivo para a receita dos produtores, ele não acompanha a velocidade do aumento dos custos, estreitando as margens de lucro.
Outro detalhe é que o crescimento do IIPR está bem abaixo do IPCA Alimentos que atingiu 13% no acumulado de 12 meses em abril.
Cabe ressaltar que o IIPR está crescendo bem abaixo do IPCA Alimentos, Isso aponta que o preço ao consumidor está em elevação mais acentuada que o preço recebido pelo produtor. “E apesar de estarmos vivendo um momento de inflação geral dos preços no Brasil, ainda assim os produtos que compõem a cesta do custo de produção estão encarecendo de forma mais acelerada que os preços gerais da economia (IPCA)”, aponta o relatório.
A elevação do IICP foi, em parte, interrompida em função da queda do preço dos fertilizantes. Conforme a Assessoria Econômica da Farsul, há instabilidade na produção e fornecimento internacionais de alguns insumos desde 2020, com o início da pandemia, refletindo em aumento de preços. A retomada das atividades econômicas em alguns países acabou por gerar crises logística e energética que seguiram impactando na capacidade de produção e distribuição de insumos.
Mesmo que ainda não tenha influenciado diretamente, o conflito entre Ucrânia e Rússia gerou instabilidade no mercado de agroquímicos e fertilizantes. O cenário encareceu os custos, que acumulam 41,15% em 12 meses. Em abril de 2021, o índice era de 20%, apontando altas sucessivas.