Produtores querem pecuária cada vez mais sustentável
A sustentabilidade foi a principal palavra-chave elencada pelos integrantes da Comissão Técnica (CT) de Bovinocultura de Corte do Sistema FAEP/SENAR-PR em reunião realizada nesta quarta-feira (7), de forma remota. Pecuaristas de todas as regiões do Estado se encontraram pela primeira vez em 2021 para definir as prioridades e ações do grupo. Entre os temas levantados, a questão que perpassou os avanços considerados importantes é seguir em um caminho de produção de carne cada vez mais sustentável, a partir do tripé econômico, social e ambiental.
Rodolpho Botelho, presidente da CT, enfatizou que buscar a sustentabilidade vai muito além da competição entre modelos orgânico e convencional. “Temos inúmeras ações possíveis para, por exemplo, reduzir aplicações de produtos químicos nas pastagens e nos próprios animais. Temos que olhar com prioridade para insumos biológicos, de produção on farm [na própria propriedade], contra o carrapato, a cigarrinha da pastagem e outros problemas do tipo. Tudo isso faz parte de processo agropecuário mais sustentável. Tenho acompanhado produtores que usam produtos biológicos na pecuária, com resultados muito interessantes”, revelou.
O diretor-executivo do Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Estado do Paraná (Fundepec-PR), Ronei Volpi, também bateu na tecla da sustentabilidade. Para o dirigente, as práticas nessa direção são a chave para o desenvolvimento de todas as pecuárias, da produção de bovinos, aves, suínos, peixes e outras proteínas animais importantes. “Termos como bem-estar animal, conservação do meio ambiente, carbono zero estão no nosso cotidiano e que, sem dúvida, devem tomar boa parte dos nossos esforços dentro e fora da porteira”, recomendou.
O diretor de extensão do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Nelson Harger, integrou a programação como palestrante e agradeceu a contribuição do Sistema FAEP/SENAR-PR em diversos projetos desenvolvidos em conjunto. Harger citou como exemplo o Manejo Integrado de Pragas nas lavouras de soja (MIP-Soja) e o Programa Pecuária Moderna. “Até um tempo atrás, a palavra sustentabilidade estava somente dentro de algumas entidades, como o Sistema FAEP/SENAR-PR, Embrapa, Emater e outras. É uma satisfação vermos todo o setor produtivo engajado. É um marco, uma mudança de paradigma”, analisou.
Demais participações
Como há diversos membros novos indicados à CT neste ano, a reunião contou também com uma apresentação de como o grupo funciona, as regras e dinâmica para sugestão de temas e repasses das informações à base de produtores rurais. Este momento teve como mediadora Nicolle Wilsek, técnica do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR, que assumiu como técnica responsável pela cadeia produtiva dentro da entidade em 2021. Também fizeram parte da programação da reunião Katia Gobbi e Luiz Fernando Brondani, ambos do IDR-Paraná em Paranavaí, no Noroeste do Estado. Estes últimos trataram de ações da entidade relacionadas a estudos voltados à pecuária inovadora no Paraná.