Cemitério de Animais de Botucatu completa 20 anos de história
Em 1992 o ex-relojoeiro, Clovis Bettus, 72 anos, se viu em um dilema quando King, seu animal de estimação, faleceu após o acompanhar por 16 anos. Nesse momento de tristeza ele percebeu que em Botucatu, não tinha onde enterrar o amigo .
King foi tratado no Hospital Veterinário da Unesp e seu corpo acabou sendo descartado como lixo hospitalar. Essa situação de tristeza e luto, levou Clóvis a uma certeza, não gostaria que essa situação se repetisse com mais ninguém.
Pensando em maneiras para aliviar o sofrimento dos criadores quando ocorre a morte de seus animais de estimação, Bettus entrou em contato com sua sobrinha, Valéria Cristina, que na época residia na Europa, em Londres.
Na Europa, cemitérios de animais eram e ainda são bastante comuns, e Valéria passou a encaminhar a Clóvis fotos de diferentes cemitérios da França, Alemanha e Inglaterra.
As imagen serviram de referência e incentivaram o ex-relojoeiro a comprar um terreno de 5 mil metros quadrados, na Rodovia Antônio, Butignoli, Km 1, no Distrito de Rubião Júnior, porém o terreno não bastava para realizar o sonho do empreendedor que pretendia fundar em Botucatu o primeiro cemitério de animais da cidade.
Com o terreno em mãos iniciava a segunda parte da luta Clóvis, a luta burcocrática para reunir a documentação necessária para o cemitério que compreendia em liberações de órgãos públicos como Cetesb, Secretaria de Meio Ambiente, vigilância Sanitária e Fundação Solo.
Levantar toda a documentação necessária levou quase uma década e em 2001, ele fundou o espaço para acolher as famílias enlutadas com a morte de seus mascotes e sepultar seus animais no momento da partida.
Entretanto, um ano antes da fundação do cemitério sua sobrinha e principal incentivadora, faleceu, e o Velório Fiéis Amigos onde os animais são velados recebeu o nome de “Valéria Cristina”. O cemitério, que foi construído em forma de mandala conta hoje com 8.823 animais sepultados e a administração do espaço está por conta da filha de Clóvis e seu genro, Larissa Mavrudi Bettus e Gilson Calonego Junior.
Por Renato Fernandes