Pesquisadores da Unesp de Botucatu desenvolvem aplicativo para combater a raiva em pessoas e animais
Dois pesquisadores da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp em Botucatu desenvolveram um pioneiro aplicativo para ajudar médicos e veterinários a encontrar informações para prevenir e tratar a Raiva em animais e humanos.
Como projeto de pós-doutorado, a médica-veterinária Selene Daniela Babboni, em parceria com o seu supervisor, o professor José Rafael Modolo, do Departamento de Produção Animal e Medicina Veterinária Preventiva da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, desenvolveu o RaivaMata, um aplicativo móvel que consegue apresentar, de forma rápida e didática, conhecimentos atualizados sobre procedimentos e condutas para combater a patologia em pessoas e em animais.
O novo software é gratuito, e já está disponível para o sistema operacional Android (a versão para iOS está sob revisão na loja da Apple, e não há previsão de liberação por enquanto).
Babboni começou a estudar a raiva ainda durante a época de residência médica, cursada sob orientação de Modolo. Ambos já acompanhavam com interesse as campanhas de vacinação anuais em cães e gatos que vivem em cidades. Posteriormente, ela se tornou coordenadora de saúde pública em Botucatu, e pode constatar a falta de um meio que propiciasse acesso fácil a informações sobre prevenção e tratamento. “A área de saúde pública veterinária muitas vezes fica esquecida”, explica Babboni.
A raiva é uma das mais antigas doenças conhecidas pelo homem, com registros de casos que remontam à Antiguidade. A patologia é causada por um vírus, o Lyssavirus, e uma vez que os sintomas surgem na pessoa ou animal contaminado, o resultado é quase invariavelmente a morte. Estima-se que anualmente ela seja a causa de mais de 55 mil óbitos em seres humanos em todo o mundo. Entre os animais, os cães domésticos são as vítimas mais comuns. No Brasil, entre 2010 e 2020, foram registrados 38 casos de raiva humana. Cientes do problema.