Vacinação em massa deve começar em 15 dias e durar até duas semanas
Em entrevista à Rádio Municipalista de Botucatu, o secretário Municipal de Saúde, André Spadaro, disse que tanto o Ministério da Saúde quanto a Prefeitura Municipal de Botucatu tem pressa em iniciar a vacinação em massa da população, revelando que a pretensão é começar a aplicação da primeira dose em duas semanas e encerrar a imunização em até 15 dias.
Spadaro ressaltou que experiências anteriores comprovam que a cidade tem estrutura para realizar a vacinação em prazo recorde, relembrando que em 2019, durante o processo de imunização contra Febre Amarela, toda a população foi atendida em 14 dias, devido à estrutura sólida do SUS.
“Para a efetivação do estudo é necessário fazer a vacinação em curto espaço de tempo, a proposta é iniciar no máximo dentro de duas semanas e a partir do primeiro dia, concluir todo o processo entre 10 e 14 dias. O ministro da Saúde (Marcelo Queiroga), queria um prazo mais ousado sugerindo a vacinação total em dois dias, começando a imunização já no dia 1º de maio”.
Spadaro ressaltou que o prazo otimista do ministro seria o ideal, porém existe uma etapa burocrática para aprovação de orçamento e ressaltou que toda a logística do processo de vacinação em massa será estudado com rapidez e contando inclusive com técnicos do Ministério da Saúde.
80 mil doses já estão reservadas
O prefeito municipal Mário Pardini também foi ouvido pela rádio Municipalista e revelou que 80 mil doses já estão separadas do PNE (Plano Nacional de Vacinação) para contemplar o início do processo de imunização em massa e a aplicação da primeira dose na população.
Em sua fala, Pardini ressaltou que em reuniões com o Ministro da Saúde, foi levantada inclusive a vacinação dos cidadãos em suas residências. Porém ressaltou que será necessário apresentar uma série de documentos que comprovem que o cidadão realmente reside no município.
Além disso, Pardini ressaltou que o processo de parceria foi mantido em sigilo por meses e revelou que recentemente recebeu uma comitiva da parceira desse processo na universidade de Oxford, para comprovar a estrutura que o município oferecia.
“A comitiva visitou a Central Coronavírus, para comprovar como vinha acontecendo a vacinação da população, ver de perto a realização da testagem na população, inclusive nos contactantes dos casos positivos”, revelou Pardini.
O prefeito colocou que aguarda a avaliação e aprovação do orçamento apresentado e após isso acontece a assinatura da minuta de convênio entre a Universidade de Oxford, o laboratório AstraZeneca, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Fundação Gates, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Prefeitura de Botucatu. “Acredito que em duas semanas venceremos as etapas burocráticas e poderemos então iniciar a programação de vacinação em massa”, disse
A vacinação em massa também poderá trazer benefícios indiretos para a cidade, como a possível reforma do Hospital Sorocabana, que fica na Vila dos Lavradores, com parte dos R$ 6 milhões que estavam reservados para a compra de vacinas. “Esses valores podem ser usados no próprio plano de vacinação, e na contratação de médicos para o sequenciamento genético, e caso não seja usado, esses valores poderão ser destinados para a reforma do Hospital Sorocabana”.
Unesp anuncia que fará sequenciamento genético de todos os casos registrados em Botucatu
O coordenador do projeto o médico infectologista da Unesp Campus de Botucatu, Carlos Magno Fortaleza, que integra o Centro de Contingência do Coronavírus do Governo do Estado de São Paulo, explicou o processo científico por trás da imunização em massa, revelando que a idéia é fazer o sequenciamento genético de 100% dos casos de Covid-19 registrados na cidade.
“O estudo pretende sequenciar 100% das amostras para saber qual variante e como a vacina é eficaz para as variantes. é uma genotipagem inédita e sem igual em todo o mundo”, explica
Segundo ele, para atingir esse objetivo será necessário ampliar a estrutura e a capacidade dos laboratórios, responsáveis por esse estudo na Unesp. “Sem dúvida será necessário fazer a contratação de mais pessoas, essa é a contrapartida do município, e estamos calculando quantos especialistas deverão ser contratados”, disse.
Além disso, Fortaleza ressaltou que haverá alterações e aumento inclusive na área de processamento de dados, garantindo o cálculo das reduções de mortes, ocupação de leitos, e outros dados que farão parte desses estudos clínicos.
Resultados podem interferir na vacinação de todo o mundo
O secretário de Ciência e Tecnologia do MS, Hélio Angotti, pontua que a pesquisa trará informações cruciais para o planejamento da imunização em todo o país. “Nós poderemos ter mais informações dessas variantes e da relação com a vacina. É uma pesquisa muito importante, eu diria não só para o Brasil, mas para o mundo inteiro”, disse Angotti.
“O grande diferencial desse projeto é o sequenciamento genético de todos os casos positivos, não só de uma amostragem. Ou seja, todos os casos positivos, num período de oito meses de estudo, serão sequenciados para saber exatamente qual é a cepa e avaliar exatamente qual é a efetividade da vacina da AstraZeneca com relação a casos graves, internação, necessidade de ventilação mecânica e óbito. Então, são informações importantes não só localmente, mas para o Ministério da Saúde, Governo Federal e toda a comunidade científica internacional”, reforçou o secretário municipal de Saúde de Botucatu, André Spadaro.
Além da efetividade contra as variantes, a pesquisa servirá de subsídio para comparar o quão eficiente foi a vacinação em massa em relação aos outros municípios da região. Botucatu conta com uma unidade do Hospital das Clínicas da Unesp e tem mais de 500 leitos de UTI, o que faz do município um polo de referência em relação às localidades vizinhas.
O estudo terá uma duração estimada de oito meses, que incluirá a aplicação das duas doses e o acompanhamento da população que recebeu essas vacinas.
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