Barroso suspende decisão que afastou senador pego com dinheiro
O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), suspendeu nesta terça-feira (20) a decisão que determinou o afastamento por 90 dias do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), flagrado com dinheiro na cueca durante operação da PF (Polícia Federal) em Boa Vista.
Barroso, contudo, manteve a cautelar em relação à proibição de contato do senador com outros investigados na operação.
Rodrigues solicitou, em ofício encaminhado ao Senado também nesta terça-feira (20), a ampliação de sua licença do mandato por 121 dias, e não por 90 dias, como havia solicitado durante o período matutino. Diante da ação, Barroso afirmou que “não mais se torna necessária a submissão imediata da matéria ao plenário”.
A decisão que afastou Rodrigues do cargo de senador por 90 dias havia sido determinada por Barroso no último dia 15. Na sentença que ordenou o afastamento, o ministro apontou a “gravidade concreta” do caso, que exige o afastamento para evitar que o parlamentar use o cargo para dificultar as investigações.
“A gravidade concreta dos delitos investigados também indica a necessidade de garantia da ordem pública: o Senador estaria se valendo de sua função parlamentar para desviar dinheiro destinado ao enfrentamento da maior pandemia dos últimos 100 anos, num momento de severa escassez de recursos públicos e em que o país já conta com mais de 150 mil mortos em decorrência da doença”, afirmou Barroso no documento.
Rodrigues foi alvo de uma operação da PF, realizada em Boa Vista, no dia 14. A investigação apura apura desvios de recursos públicos destinados ao combate à pandemia do novo coronavírus, oriundos de emendas parlamentares.
O escândalo do dinheiro na cueca fez com que Rodrigues, até então vice-líder do governo federal no Senado, fosse retirado do posto. Em primeiro momento, o senador pediu para sair do cargo, ação que foi ratificada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em publicação no DOU (Diário Oficial da União).