Clima entre Bolsonaro e Pazuello é bom após polêmica sobre vacina
O clima entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, é amistoso após o recuso da pasta sobre a intenção de compra de 46 milhões de doses da Coronavac, vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, do governo do Estado de São Paulo.
A intenção da compra havia sido anunciada por Pazuello em reunião virtual com os 27 governadores nesta terça-feira (20). Em nota, o ministério afirmou que, uma vez aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a vacina Coronavac seria utilizada pelo governo federal no SUS, por meio do Programa Nacional de Imunizações.
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De acordo com assessores palacianos, Pazuello reafirma a declaração e lembra que há um protocolo de intenção para adquirir lotes da vacina fabricada pelos laboratórios chinês e paulista. O ministro da Saúde assegura, ainda, a declaração de Bolsonaro sobre a não obrigatoriedade da vacina contra o novo coronavírus.
Pazuello diz a interlocutores que, de forma acelerada e sem obter resultados concretos, o governo de São Paulo gera “desinformação e ruídos” ao mesmo tempo em que articula para receber recursos federais para o desenvolvimento da vacina Coronavac.
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No entanto, na manhã desta quarta-feira (21), Bolsonaro havia desautorizado Pazuello e afirmou que o governo federal não compraria a “vacina chinesa de João Doria”. A informação foi publicada em resposta a um apoiador nas redes sociais. Ao R7 Planalto, o presidente confirmou a informação.
Bolsonaro assegurou que os brasileiros não serão cobaias. O presidente disse, ainda, que não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem. “Diante do exposto, minha decisão é a de não adquirir a referida vacina”.