Doação de órgãos diminui no Brasil durante a pandemia de covid-19
O número de doadores de órgãos brasileiros é considerado baixo quando comparado à quantidade por milhão de habitantes e países que são símbolos de eficiência em captação de órgãos, como a Espanha. A pandemia causou uma queda ainda maior devido à diminuição de leitos de UTI, que foram priorizados para atender pacientes com covid-19, e a redução da malha aérea que permite o transporte de órgãos entre os estados.
No Estúdio News desse sábado (21), José Huygens, presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque, professor titular e diretor do Serviço de Transplantes de Órgãos do Aparelho Digestivo da HCFMUSP, e Edson Arakaki, transplantado renal, médico gastroenterologista e presidente da Associação Brasileira de Transplantados (ABTx) destacam a importância do diálogo entre a família e amigos sobre o ato de doação que pode transformar vidas.
“São três os tipos de doadores: o falecido, sendo o mais frequente por morte encefálica; o doador com o coração parado; e o doador vivo, geralmente, alguém da família”, explica Huygens, presidente da ABTO. “O mais importante de toda campanha de doação de órgão é que todo mundo fale em vida que quer ser doador. Quando isso acontece, geralmente a família segue aquele desejo.”
O diretor do Serviço de Transplantes de Órgãos do Aparelho Digestivo da HCFMUSP ressalta que a logística é essencial para o transporte dos órgãos. “Nós temos algumas soluções de preservação, mas elas funcionam por um tempo limitado, definido. Então nós temos que ter essa estratégia da logística de movimentação de maneira muito bem-feita para quando iniciarmos a retirada, ela seja concluída com sucesso. Acho que o drone, principalmente nas grandes cidades, vai ser um benefício extremo muito grande”, afirma Carneiro.
Como presidente da ABTx e transplantado renal, Arakaki fala sobre a eficiência do Sistema Nacional de Transplantes. “Ele é um programa excelente que acompanha as pessoas desde o pré-transplante até o pós-transplante, inclusive no intraoperatório. A lista do SUS é única e coordenada pelo Sistema Nacional de Transplante. Independente de classe social, mesmo que você tenha acesso a rede privada não quer dizer que você tenha prioridade ou que vá receber o transplante na frente de outros, você tem um número e quando chegar à sua vez será chamado e transplantado.”
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