Governo quer aumentar conectividade no campo
Ampliar a conectividade no campo e oferecer ao meio rural brasileiro acesso às novas tecnologias. Esse é o objetivo do Governo Federal, que vem desenvolvendo ações para otimizar a produção e elevar o agronegócio a novos patamares de inovação e competitividade.
Um estudo desenvolvido pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP) e apresentado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) mostra os gargalos digitais no campo e apresenta os desafios brasileiros a serem superados.
A pesquisa, chamada de Cenários e Perspectivas da Conectividade para o Agro, revela, por exemplo, que a cobertura de conectividade no setor, incluindo o modelo de telecomunicações 2G, 3G ou 4G, é de apenas 23%; e que para atingir um cenário de 50% da demanda de conectividade no meio rural, é necessário instalar pelo menos 4.400 antenas no país. Para atingir a cobertura de 80 a 90% de sinal digital no campo, seria necessária a instalação de 15.182 antenas.
Um outro dado do estudo mostra que se o Brasil conseguisse atingir 50% de cobertura de conectividade no setor, haveria um aumento de 4,5% no valor bruto da produção agropecuária brasileira, o que geraria um adicional de cerca de R$ 47 bilhões na economia do país.
“A conectividade é um insumo fundamental e temos uma ampla rede de parceiros em prol dessa causa”, ressaltou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. “Estamos investindo todos os esforços para ter mais conectividade no agro.”
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, também acompanhou a divulgação do estudo e destacou a importância da tecnologia para o desenvolvimento do agro. “Durante muito tempo, o agro funcionou de forma pujante sem tecnologia, ou com pouca tecnologia. E agora, com a chegada do 5G, a gente vai conseguir mostrar realmente ao mundo o nosso poder, o poder do agro.”
Projeto Assentamentos Conectados
Segundo o Ministério da Agricultura, com base nesse estudo, o Governo Federal desenvolveu um projeto-piloto, chamado de “Assentamentos Conectados”, para atingir escolas rurais e comunidades longínquas. A ideia é levar, por meio de satélites geoestacionários, conectividade a 156 assentamentos rurais no Brasil em 134 municípios das regiões Norte e Nordeste. Até o momento, 51 pontos de conectividade já foram instalados nesses locais.
5G
Para começar a ser utilizada no Brasil, a tecnologia 5G aguarda leilão da nova geração de internet, previsto para o segundo semestre deste ano.
Na licitação, serão ofertadas quatro faixas de radiofrequências: 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz.
O edital do leilão das faixas de radiofrequências para a prestação no Brasil de serviços de telecomunicações por meio de 5G, já aprovado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), está em análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
As empresas vencedoras do leilão se comprometem a fazer uma série de investimentos em contrapartida na área de comunicações como conectividade em pequenas localidades e principais rodovias do país.