“Não haverá populismo para ampliar o Bolsa Família”, diz Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta sexta-feira (13) durante o Encontro Nacional do Comércio Exterior (Enaex 2020) que o governo ainda estuda uma forma de ampliar o Bolsa Família após o fim do auxílio emergencial, mas que não fará isso de forma populista.
“Enquanto essa discussão não estiver reestabelicida, e ela não está, ficamos com o Bolsa Família. No fim do ano faremos o fading out do auxílio emergencial que aterriza no Bolsa família. E o Renda Brasil, ou Renda Cidadã, está no programa do presidente antes da covid-19 e foi elaborado dentro das melhores práticas. É um produto evolucionário e se for possível consolidar dentro dos outros programas, ótimo, mas não haverá populismo. O presidente deixou muito claro na última fala dele. E por outro lado temos o nosso compromisso com o teto, queremos essa pressão do teto.”
Guedes defendeu o teto de gastos ao longo de toda a sua fala no evento.
“A ideia de furar teto tem tido apelo político. Historicamente todos os últimos governos permitiram a expansão descontrolada dos gastos públicos que estão subindo há 40 anos no Brasil e causaram todos esses sintomas de mal funcionamento da economia e até da degeneração da política. O teto de gastos é simbolo, bandeira e acabou virando barreira contra irresponsabilidade. É símbolo e é importante que lutemos para manter o teto. Não queremos furar o teto para gastar mais e ter que aumentar os impostos, queremos que a pressão do teto ajude a transformarmos o ambiente fiscal brasileiro, criar um novo regime fiscal”.
Ao explicar a importância de não furar o teto de gastos ele defedeu conter a participação do governo na economia, o que possibilita a queda de juros e acabou elevando o câmbio com a saída de capital especulativo do país.
“Não queremos aumento da participação do governo na economia. Quando tínhamos juros altos e dólar baixo isso desistimulava as exportações. Mudamos os preços críticos ao ter uma política fiscal forte e monetária, e com isso o juro cai e dólar sobe. Com essa nova combinação que vem do controle dos gastos públicos, o que está acontecendo é que exportações continuam muito fortes. O Brasil está virado para a Ásia e queremos fazer a infraestutura transnacional [para aumentar ainda mais exportações]. Quando tínhamos juros baixos e câmbio mais favorável dávamos [recursos] para um governo bêbado que bebia crédito, e hoje temos uma crise de abstinência”.