Partidos de centro e direita crescem e ampliam comando de prefeituras
O segundo turno das eleições municipais do último domingo (29) confirmou o cenário político já desenhado na primeira etapa do pleito: MDB e PSDB se mantêm entre os partidos com destaque no comando de prefeituras no país, mas perdem espaço e agora são acompanhados por outros legendas de centro, centro-direita e direita, ao mesmo tempo em que a maioria dos partidos de esquerda encolhe.
O MDB segue líder em número de prefeituras e comandará 780 municípios, número inferior ao de 2016, quando havia conquistado o comando de 1.044 cidades. Abaixo dele no ranking, porém, aparecem novas legendas. O PP e o PSD ultrapassram o PSDB e podem ser considerados dois dos partidos vencedores das eleições 2020. O primeiro ficará a cargo de 681 municípios, um salto de 186 em relação a 2016. Já o PSD, fundado pelo ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, ganhou em 649 cidades – aumento de 195.
Veja abaixo como evoluiu o número de cidades por partido.
Prefeituras por partidos
Arte/R7
Os dados são do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e foram compilados pelo R7/Record TV na segunda-feira (30).
Se o PSDB de um lado perdeu o comando de 280 prefeituras, por outro o partido pode comemorar a manutenção da administração de São Paulo, com a reeleição de Bruno Covas. A cidade é o principal colégio eleitoral do país, com quase 9 milhões de eleitores.
Também saltou na tabela de prefeituras o DEM, alcançando 463 cidades – 195 a mais em relação a 2016. O partido levou o Rio de Janeiro, com Eduardo Paes. O Republicanos também teve destaque ganhando 106 novas cidades, pulando para 211. A legenda comandará Vitória (ES), com a eleição do Delegado Pazolini.
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Em termos percentuais, o destaque ficou por conta do Avante, partido considerado de centro-esquerda. A agremiação foi de 12 para 81 prefeituras – um avanço de 575%. O partido, que disputou nesse ano sua primeira eleição com o atual nome – antes era PTdoB -, ficará responsável por cidades como Manaus, capital do Amazonas.
Esquerda
As eleições municipais de 2020 marcaram também uma nova perda de espaço do PT, fato já verificado nas eleições que ocorrem desde 2016 – ano do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. O partido ficou sem nenhuma capital pela primeira vez desde 1985. Além disso, caiu de 254 para 181 prefeituras.
PDT e PSD, de centro-esquerda, também perderam cidades mas garantiram o comando de Aracajú e Fortaleza – PDT – e Maceió e Recife – PSB. O PCdoB também recuou e não conseguiu levar a prefeitura de Porto Alegre, com a derrota de Manuela d’Ávila.
Já o PSOL saiu de duas para cinco prefeituras, entre elas a de Belém, com Edmilson Rodrigues. A legenda obteve ainda visibilidade com a disputa do segundo turno em São Paulo, no qual o candidato Guilherme Boulos contabilizou cerca de 2,2 milhões de votos – 40% dos votos válidos.
TSE
Os dados utilizados no levantamento consideram 5.520 municípios contabilizados pelo TSE nas estatísticas das eleições de 2016 e 5.436 cidades no pleito de de 2020. No total, as eleições aconteceram nos 5.568 municípios brasileiros. No entanto, os números computados podem ser menores porque algumas cidades podem ter o pleito sub judice em razão de questões jurídicas envolvendo a regularidade de partidos políticos, coligações ou candidatos.