TSE afirma que falha na apuração não se repetirá no 2º turno
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) afirmou nesta terça-feira (17), em nota, que a falha técnica responsável pelo atraso de 2h30 na divulgação dos resultados do primeiro turno das Eleições 2020 “não se repetirá” no segundo turno.
“Até o dia 29 de novembro, toda a equipe está focada na definição de providências para evitar incidente semelhante na apuração e totalização dos resultados do segundo turno”, afirma o documento.
O órgão justifica que o atraso foi causado pela falha em um recurso de inteligência artificial existente em um otimizador da empresa de tecnologia Oracle, que oferece sistemas de gerenciadores de banco de dados. O sistema foi alterado por recomendação da PF (Polícia Federal).
A nota explica ainda que, até 2018, os votos eram totalizados em cada um dos Estados e encaminhados ao TSE, a quem cabia apenas totalizar e divulgar os resultados no caso das eleições presidenciais.
Leia mais: Problema em processador provocou atraso, afirma Barroso
A Justiça Eleitoral ressalta que o banco de dados da Oracle é utilizado por todos os 27 TREs (Tribunais Regionais Eleitorais) há mais de uma década e a empresa sempre foi a única contratada nas votações eletrônicas, iniciadas em 1996. De acordo com o TSE, a empresa foi afetada neste ano pela pandemia do novo coronavírus e entregou o equipamento com cerca de um mês de atraso.
Incidentes
O TSE explica que a Oracle disponibiliza ao TSE um servidor principal formado por oito núcleos e, durante a totalização dos votos no último domingo “observou-se o desligamento de um dos oito nós de processamento do servidor principal”, diz a nota.
“Esse incidente no componente de hardware ocorreu de forma simultânea à verificação na lentidão na totalização dos resultados, o que levou a equipe da Tecnologia da Informação do TSE a considerá-lo como possível causa para a demora”, relata.
No entanto, constatou-se que a falha não teve relação direta com a demora da totalização, porque o equipamento se manteve capaz de “redistribuir de forma automática a carga para os demais nós de processamento sem impacto no desempenho e disponibilidade”.
Após o restabelecimento do núcleo, verificou-se quea lentidão da apuração prosseguia. Foi quando ocorreu a identificação de que a falha era originada no recurso de inteligência artificial presente no banco de dados da Oracle, responsável pelo processamento veloz dos votos.
“O equipamento não deu conta de, simultaneamente e com a rapidez necessária, aprender um novo plano de execução adequado para o processamento do grande volume de dados e realizar a totalização com a celeridade esperada”, observa o documento.
O TSE também admite que a falha “poderia ter sido evitada com a realização de testes para calibrar o otimizador” e revela que novos planos de execução “foram gerados ao longo da totalização, mas se mostraram ineficientes diante do crescimento do volume de dados”.
Para solucionar o problema, o sistema de totalização foi temporariamente paralisado. Agora, a Oracle garante que o otimizador “já está calibrado para processar um volume maior de informações de forma célere”.