TSE pede à PF que apure ataque hacker na eleição e vê fins políticos
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta segunda (16) que enviou ofício à Polícia Federal solicitando investigação sobre o ataque hacker ocorrido na eleição municipal deste domingo (16) que, segundo o ministro, não chegou a afetar os sistemas do tribunal. Barroso vê motivação política.
O ataque ocorreu pela manhã e não foi responsável, segundo o ministro, pela demora ocorrida para a divulgação dos resultados à noite – que teria ocorrido em razão de uma falha em um novo sistema de totalização dos votos.
O ministro afirmou que foi feito um ataque massivo com origem nos EUA, Brasil e Nova Zelândia, com o objetivo de tentar derrubar o sistema do TSE. Foram constatadas 436 mil conexões simultâneas por segundo. Também pela manhã, foram divulgados dados pessoais de ex-ministros que atuaram no tribunal entre 2001 e 2010. Outra estratégia paralela foi a ação de grupos nas redes sociais, com o objetivo de desacreditar o sistema, segundo Barroso.
“A divulgação foi feita no dia das eleições para tentar causar o impacto e trazer a impressão de fragilidade. Ao mesmo tempo, milícias digitais entraram em ação tentando desacreditar o sistema”, diz. “Há suspeita de articulação de grupos extremistas que se empenham em desacreditar as instituições, clamam pela volta da ditadura, e muitos deles são investigados pelo Supremo Tribunal Federal”. Entre as investigações realizadas pelo STF estão, por exemplo, uma que apura as “fake news” e outra que investiga atos antidemocráticos.
Demora
Em relação à paralisação da apuração à noite, o presidente do TSE afirma que o sistema ficou cerca de duas horas sem funcionar. Ele afirma que se trata de um novo sistema que centraliza e totaliza os votos no TSE, em vez de isso acontecer em cada TRE (Tribunal Regional Eleitoral).