Ford anuncia “revolução EV” para permanecer no setor automotivo
A Ford americana anuncia que planeja investir US$ 29 bilhões em veículos elétricos e autônomos até 2025. “A transformação da Ford está acontecendo, assim como nossa liderança na revolução EV”, disse o CEO da Ford, Jim Farley.
A fabricante disse que a maioria dos seus veículos será totalmente elétrica, mas que terá também modelos híbridos e híbridos plug-in, além de algumas poucas linhas com motores de combustão interna tradicionais. Essa “revolução EV” explica em parte a desistência da Ford em mercados ainda distantes de uma estrutura de produção, de preço e de logística para os veículos eletrificados.
Soma-se a isso que em outros segmentos de veículos, a montadora perde muito dinheiro. Por exemplo, ela teve prejuízo de US$ 105 milhões na América do Sul e US$ 66 milhões na China no ultimo quadrimestre de 2020. (este ano a montadora gastará cerca de US$ 2,4 bilhões para encerrar a sua fabricação no Brasil)
Mesmo fábricas de veículos americanas tradicionais como a de Michigan, onde ela produz a picape F-150 , líder de vendas da montadora, estão com dificuldades. Ela terá sua produção reduzida devido à falta de componentes, como semicondutores, no mercado global.
Como ficará a Ford no Brasil?
Você viu?
Dentro dessa conjuntura, as operações de importação da Ford no Brasil indicam um futuro incerto. A curto prazo, suas vendas aqui terão uma queda de 85%. Isso impactará radicalmente a rede de revendas no País que terá uma significativa redução: estima-se que haverá apenas um pouco mais de uma centena de lojas da Ford no Brasil nos próximos meses. Hoje em dia são 283.
A empresa comunicou recentemente a sua rede que oferecerá no mercado brasileiro a picape Ranger produzida na Argentina, o SUV Territory feito na China, o SUV Bronco e a futura picape Maverick mexicanos, além do Mustang tradicional fabricado nos EUA. Mas ainda não informou seu planos para veículos híbridos e elétricos no País.
Não está claro como a Ford local vai importar carros argentinos e mexicanos com incentivos fiscais sem contrapartidas nos acordos comerciais Mercosul e Brasil-México. Com menos volume de veículos, ainda não informou como funcionará seu porto privativo incentivado — o primeiro do mundo pertencente a uma empresa de automóvel que foi construído pelo governo da Bahia, próximo a ex-fábrica de Camaçari (BA).
Também no mundo, os próximos anos serão decisivos para a Ford. As ações da Ford que vinham em quedas se estabilizaram em cerca de US$ 11,40. No último mês. Como o anúncio da “revolução EV” , teve agora uma pequena alta de menos de 1%.
Resta saber se as tecnologias emergentes da Ford um dia chegarão ao mercado automotivo brasileiro, ainda um dos maiores do mundo.