Yamaha Neo x Yamaha Neo: o velho e o novo
O scooter Yamaha Neo foi lançado em 2004, como modelo 2005, e foi totalmente remodelado em 2016. Na verdade, nessa ocasião, o que houve foi o lançamento de um novo scooter, uma vez que, além do nome, não havia nada em comum entre as duas versões. Mas é interessante descobrir a razão de um veículo tão simples estar há tanto tempo no mercado. A resposta pode mesmo estar nessa afirmação: a simplicidade é a razão.
Há 17 anos, o novo scooter Yamaha Neo não empolgou, ou porque era simplório demais, ou porque suas rodas grandes, como em uma motocicleta, destoavam do estereótipo da época para um scooter comum, que, com suas rodinhas pequenas, ainda era uma “gracinha” e ainda não era levado tão a sério. Mas, ao avaliá-lo, naquela época, eu vi naquele pequeno veículo grandes possibilidades. Tanto é que comprei um, no ano seguinte.
A diferença entre o Yamaha Neo 2005 e o 2006 era apenas a adoção do catalisador no escape, que deixou de ser cromado para ser preto. O carburador foi mantido, mas vieram novas cores. Em 2007, no entanto, as mudanças no valente scooter foram bem radicais: com novas carenagens, o Neo 2008 ficou parecido com a superesportiva Yamaha R1, ganhou novos elementos óticos, novos amortecedores traseiros e algumas funcionalidades a mais. Um novo carburador, com afogador automático, facilitava a partida a frio. Assim o Yamaha Neo se manteve até 2012, quando, com a concorrência melhorando e sem as atualizações necessárias para se manter bem no mercado, sucumbiu.
Um novo scooter de rodas grandes surgiu quatro anos depois, mantendo apenas o ainda forte nome Neo e nada mais. Ficou maior e mais confortável, com assoalho plano, ganhou aparência de street fighter e um novo motor, de maior cilindrada (125 cm3, antes era 115 cm3) e com injeção eletrônica. Chegou, agradou e conquistou.
Você viu?
Como explicar, então, eu ainda manter o meu Yamaha Neo 2006, com uma versão atual bastante melhorada à disposição? Gostar e manter muitas motos antigas na garagem não seria o caso, já que, mesmo “velho”, o primeiro scooter Neo ainda está longe de ser considerado um clássico. É que, além da ligacão “meio” afetiva, existem razões lógicas. Pelo menos para mim, bastante lógicas.
Mesmo maior e mais robusto, o novo Neo não é tão estável quanto o velho. Talvez pela ausência do túnel central, que divide os pés em duas plataformas e dá maior rigidez à estrutura, ou, quem sabe, devido às rodas de menor diâmetro (14 polegadas no novo e 16 polegadas no velho). Mas foi apenas um detalhe que sempre me fez manter meu velho Neo: o pedal de partida. Não há como fazer funcionar um scooter com a bateria arriada, se ele não tiver esse pequeno dispositivo. Santo pedal!
De resto, sem discussão. Potência de 9,8 cv contra 8,3 cv, torque de 1,0 kgfm contra 0,8 kgfm (faz diferença), a injeção, o conforto e os freios com sistema UBS (apesar de que o freio dianteiro do velho Neo ainda é assustador, de tão bom).
Quem sabe, um dia, meu bom e velho scooter Neo 2006 se torne um colecionável? Com direito, até, de placa preta (ou o que for equivalente). Ou será que não vou resistir às investidas de quem descobriu suas vantagens e fica me assediando para vendê-lo? Claro, mesmo pouco rodado e ainda “novinho”, ele não tem alto valor no mercado de scooteres usados. Um scooter Yamaha Neo 125 está custando atualmente R$ 10.090, enquanto que o meu fica entre metade e um terço disso. Mas só porque está todo original e muito bem conservado. Que venham os lances!