Dólar fica perto de R$ 5,60 com incertezas no Brasil e no exterior
São Paulo, 18 de julho de 2024 – Em um dia marcado por tensões internas e externas, o dólar comercial fechou a quinta-feira cotado a R$ 5,587, uma alta de R$ 0,104 (+1,89%). O aumento expressivo aproximou a moeda norte-americana de R$ 5,60, refletindo a instabilidade no mercado financeiro.
Movimentações no Mercado
A Bolsa de Valores (B3) também sofreu com a instabilidade, registrando uma queda de 1,39%, com o índice Ibovespa encerrando aos 127.652 pontos. Este desempenho negativo foi influenciado por uma série de fatores globais e locais.
Cenário Internacional
No cenário internacional, as bolsas de valores de todo o mundo experimentaram fortes quedas devido ao desabamento das ações de empresas de inteligência artificial. Além disso, a valorização do dólar em relação às moedas de países emergentes, incluindo o Brasil, foi impulsionada pelo aumento das taxas dos títulos do Tesouro norte-americano.
Tensão Doméstica
No Brasil, o mercado financeiro foi impactado pelas tensões em torno dos cortes no Orçamento de 2024, que serão detalhados na próxima segunda-feira (22). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou no início da noite um corte de R$ 15 bilhões no Orçamento, após reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO).
Dos R$ 15 bilhões anunciados, R$ 11,2 bilhões serão contingenciados e R$ 3,8 bilhões serão bloqueados. Estes cortes representam uma medida temporária para ajustar os gastos do governo. Segundo o novo arcabouço fiscal, o bloqueio ocorre quando os gastos do governo crescem mais que 70% do crescimento da receita acima da inflação, enquanto o contingenciamento é necessário quando há falta de receitas suficientes para cumprir a meta de resultado primário.
Impacto no Mês e no Ano
Com o desempenho de hoje, a moeda norte-americana, que acumulava queda até ontem (17), estabilizou-se no mês de julho. Em 2024, a divisa já acumula uma alta de 15,12%, refletindo a volatilidade e as incertezas econômicas que afetam o Brasil e o cenário global.
Os investidores e analistas continuam atentos às próximas movimentações e anúncios do governo, aguardando medidas que possam trazer maior estabilidade ao mercado financeiro.
