Governo do Rio negocia abertura de vagas temporárias para o Natal
Após garantir vagas temporárias para a Black Friday, evento em que o comércio promete grandes descontos para os consumidores, a Superintendência de Atendimento ao Trabalhador da Secretaria de Estado de Trabalho e Renda do Rio de Janeiro iniciou, nesta quarta-feira (25), a busca de vagas para trabalhadores temporários para a época do Natal.
Tradicional nos Estados Unidos, a Black Friday (sexta-feira negra) ocorre depois do feriado de Ação de Graças e marca o início da temporada de compras de fim de ano. O comércio aproveita a data para promover liquidações especiais e atrair mais consumidores.
“Estamos com perspectiva de 600 vagas temporárias no comércio varejista para o Natal”, disse à Agência Brasil o superintendente Júlio Saraiva, que está intermediando as contratações, por meio do Sistema Nacional de Emprego (Sine-RJ). A expectativa é positiva, com base em estudos da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem), que apontam que 20% dos trabalhadores contratados têm grande possibilidade de ser efetivados.
Ontem, Saraiva reuniu-se com representantes do comércio atacadista, formado por grandes redes de supermercados, e, até a sexta-feira (27), espera garantir mais 300 vagas temporárias. “Estamos negociando”, disse Saraiva. Segundo ele, a secretaria ainda não conseguiu nada em termos de vagas temporárias para o fim do ano. “Está tudo muito parado, bem como a construção civil”.
Na parte de serviços, a hotelaria tem procurado profissionais para trabalhar na área de cozinha e serviços de limpeza. “É muito pouco ainda, muito tímido. Quem está contratando é o comércio varejista. Está muito devagar a contratação”, afirmou. Quando se abrem vagas para profissionais cujo perfil não é encontrado na região, como engenheiros, por exemplo, as empresas acabam trazendo gente de fora, explicou.
Mudança
De acordo com Saraiva, o problema é que, por causa da pandemia do novo coronavírus, as grandes empresas mudaram a forma de contratação, que agora é totalmente virtual, e não passa pelo Sine. “Com a pandemia, as empresas não querem mais a contratação presencial. Estão fazendo todo o processo virtual. E, aí, o Sine fica amarrado nisso”. Saraiva disse esperar que, após a pandemia, a situação volte ao normal. Ele observou ainda que, no autoencaminhamento ao Sine para a entrevista, muitos candidatos acabam se apresentando de maneira excessivamente informal, alguns de chinelos, inclusive, e sem informações dos profissionais da superintendência.
Para reduzir o problema, Júlio Saraiva criou uma equipe de gestores em recursos humanos, que organizou um novo tipo de encaminhamento para aumentar o número de contratações por intermédio do Sine. A equipe promove o treinamento dos candidatos, o que resulta em melhoria do processo. “O problema do processo todo virtual é que o pessoal vai muito crua, acaba gastando dinheiro de passagem e volta sem vaga. Tem gente que não sabe fazer um currículo”, destacou.
Segundo o superintendente de Atendimento ao Trabalhador, a maior parte das pessoas que procuram o Sine pertence às classes D e E e recebem, no máximo, dois salários mínimos. “É um público que requer atenção presencial.”
De acordo com análise feita pelo Observatório do Trabalho, vinculado à Secretaria de Estado de Trabalho e Renda, no acumulado de janeiro até o último dia 13, o setor de serviços representou 52,72% do total de 18.958 vagas oferecidas (9.995), seguido pelo comércio, com 26,33% (4.993) e pela indústria, com 5,87% (1.113). Para a Black Friday, a superintendência conseguiu 300 vagas temporárias.
Edição: Nádia Franco