‘Eu não preciso da Globo nem a Globo precisa de mim’, revela Sonia Abrão
Sonia Maria de Souza Abrão sempre quis ser jornalista, mas seu sonho passava longe do entretenimento e do mundo das celebridades. Ela queria ser correspondente de guerra e, hoje, falar de televisão é falar de Sonia Abrão. Aos 57 anos, a apresentadora do ‘A Tarde é Sua’ jura que não é calma, não é vaidosa e não tem inimigos.
“Acredito que tenha quem não goste de mim, isso é natural, mas ‘inimigo’ acho uma palavra muito forte! Já ‘fofoqueira’ é apenas um rótulo, não me incomoda como jornalista nem como apresentadora que sou”, explica.
A área de entretenimento e celebridades é hoje vista de um outro ângulo. Uns respeitam, outros amam e existem aqueles que criticam. O que te levou a trabalhar neste segmento? Eu não escolhi trabalhar na área de entretenimento e celebridades, queria ser correspondente de guerra e fui parar na televisão (risos)! Eu era da reportagem do Notícias Populares, num dia estava numa delegacia, no outro no Rock in Rio, até que o diretor no jornal me escalou para uma vaga de colunista de TV, aí troquei a rua pelos programas de auditório! Fui vivenciar o veículo para escrever sobre ele, que acabou me engolindo. É um mundinho pantanoso, como se diz, em que o público ama, a crítica tem ranço e os famosos dão trabalho! Mas não tem como negar que, hoje em dia, os profissionais dessa área ganharam mais popularidade e, finalmente, reconhecimento.
O que mudou para você ao longo dos anos nessa área? Como você vê o jornalismo de celebridades hoje em dia? Acho que a maior mudança nessa área veio mesmo com a Internet nos anos 90. Trouxe maior agilidade na apuração e divulgação das notícias, o trabalho ganhou mais espaço e saiu das páginas de jornais e revistas para dar origem aos chamados “programas de fofoca” na TV. Mas teve um lado negativo: o surgimento dos colunistas piratas! De repente, um montão de despreparados começou a achar que entendia de televisão, de comunicação, misturava artistas com picaretagem em blogs sinistros. Esse pessoal baixou o nível e afetou a imagem de quem trabalhava sério! Ainda bem que o tempo foi fazendo uma peneira e muitos ficaram pelo caminho!
Você viu?
Alguma vez na vida pensou em fazer algo totalmente diferente? O que faria? Eu sabia o que queria desde criança: queria ser jornalista! Mas também sempre fui apaixonada por História, que cheguei a cursar na USP, mas tranquei porque precisava trabalhar e não dava para encarar duas faculdades ao mesmo tempo, como eu estava fazendo! Estou me devendo essa! Fica para próxima encarnação!
Alguma vez na vida pensou em fazer algo totalmente diferente? O que faria? Eu sabia o que queria desde criança: queria ser jornalista! Mas também sempre fui apaixonada por História, que cheguei a cursar na USP, mas tranquei porque precisava trabalhar e não dava para encarar duas faculdades ao mesmo tempo, como eu estava fazendo! Estou me devendo essa! Fica para próxima encarnação!
O que mais te irrita nesse meio? O fato das pessoas que trabalham em TV, em grande parte, se colocarem num pedestal, acharem que são a nata da humanidade! É muito ego, muita vaidade!
Acredita que tenha inimigos? Como lida com as críticas e as brincadeiras dos atores quando se referem a você como ‘fofoqueira’? Acredito que tenha quem não goste de mim, isso é natural, mas ‘inimigo’ acho uma palavra muito forte! Já ‘fofoqueira’ é apenas um rótulo, não me incomoda como jornalista nem como apresentadora que sou. Quanto às críticas, é simples: aceito as que me fazem parar para pensar, me questionar. De resto, deleto ou até bloqueio. Tem muita gente chata nesse mundo!
O ‘A Tarde é Sua’ vai completar 14 anos na televisão com um programa é muito difícil. Qual é a fórmula? Em maio, vamos completar 15 anos no ar. A cada aniversário, nos perguntamos como ainda estamos aqui… Não tem fórmula mágica nem formato fixo, mesmo porque durante todo esse tempo o ‘A Tarde É Sua’ já teve várias fases, inclusive desgasta a imagem, mas até agora o público não enjoou da gente!