Paulinha Abelha morreu sem realizar seu maior sonho: ser mãe
Logo após a morte de Paulinha Abelha, uma amiga próxima lamentou: “Ela partiu sem realizar seu maior sonho, o de ser mãe’’. Aos 43 anos, a cantora da banda de forró Calcinha Preta já tinha tentado várias vezes. Alguns meses antes de ser internada, chegou a fazer tratamento para conseguir engravidar. Ela e o marido, o dançarino Clevinho Santos, já tinham até escolhido possíveis nomes para o bebê: Luna ou Lohan. Nos perfis das redes sociais dos dois, há vários vídeos em que falam do assunto, um pedindo “um pretinho ou pretinha” para o outro.
Em agosto do ano passado, durante a comemoração de seu aniversário, a vocalista falou sobre o assunto, muito emocionada. Na ocasião, ela tinha feito uma cirurgia para a retirada de cistos no ovário e achava estar grávida: “Estou em busca de um grande sonho. Fazendo todo o esforço para realizá-lo e acredito que ele já está aqui dentro de mim”, disse ela, que depois negou a gravidez para o portal Cearabelha: “Se fosse verdade, eu já estaria no planeta berçário”.
Em 2011, quando era casada com o cantor Marlus Vianna, ex-Calcinha Preta, Paulinha chegou a engravidar, mas perdeu o bebê com dois meses de gestação. O casamento estava em crise e ela descobriu a gravidez quando os dois passavam por um período de separação. A cantora chegou a dizer na ocasião que tinha perdido o bebê por desgosto.
No dia 11 de fevereiro, depois de alguns dias sentindo enjoo e ânsia de vômito, Paulinha resolveu procurar ajuda médica. Estava em São Paulo com a banda, que tinha feito um show no Centro de Tradições Nordestinas. Nos planos dela e do marido estava comparecer a um evento promovido pelo sertanejo Zezé di Camargo. Mas ela achou melhor antecipar a viagem de volta para Aracaju para procurar um dos profissionais que atendem seu pai, Gilson Santos Nascimento, diagnosticado com Alzheimer e que vive acamado. Pelo telefone, ele já havia receitado a Paulinha remédios para o estômago, mas os medicamentos não aliviaram a indisposição.
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Paulinha e o marido seguiram direto do aeroporto de Aracaju para um hospital. Por conta da natureza dos sintomas, companheiros da banda e amigos próximos chegaram a cogitar a hipótese de uma gravidez. Paulinha foi internada com diagnóstico de problema renal. O quadro evoluiu para falência dos rins, quando foi preciso usar uma máquina de diálise para cumprir a função do órgão e filtrar as toxinas do corpo da cantora.
A inflamação localizada no trato urinário progrediu. Foi detectada, então, uma inflamação no fígado. Paulinha tomou antibióticos e, a partir daí, o trabalho dos médicos foi virando uma corrida contra o tempo. O problema no fígado foi controlado, mas a inflamação seguiu até a membrana que reveste o cérebro provocando uma encefalite. Paulinha entrou em coma e passou a respirar com a ajuda de aparelhos na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Primavera, para onde havia sido transferida em busca de mais recursos para o diagnóstico.
Com um coma de grau 3 na escala Glasgow, Paulinha teve quadro grave de comprometimento neurológico. O agravamento do quadro provocou morte cerebral e falência sinstêmica. Ou seja: seu organismo não suportou. Foram 12 dias entre sua internação, em 11 de feveiro, e sua morte.