“Uma carreira instável com altos e baixos”, diz Day Mesquita sobre ser atriz
A atriz Day Mesquita, 35, recebeu reconhecimento após estrelar as novelas “Jesus” e “Amor Sem Igual”, ambas da Record. Na primeira, ela interpretou a figura emblemática de Maria Madalena. Na segunda, foi Angélica, prostituta que rendeu à Day o Prêmio Contigo! de TV, na categoria de “Melhor Atriz”.
Day revela como lida com a exposição imposta pela sua carreira. Segundo ela, a rotina não mudou após ganhar notoriedade. “Eu costumo fazer as minhas coisas como sempre e, se encontro alguém que me reconhece pelo meu trabalho, recebo com alegria o carinho e retribuo. De uma maneira geral as pessoas que me encontram na rua e também que falam comigo nas redes sociais, que me reconhecem pelo meu trabalho, têm me abordado de maneira muito respeitosa”, diz.
Nas redes sociais, ela conta que busca responder ou ficar de olho em todos os comentários. “É um lugar que consigo ter essa troca direta com as pessoas. Gosto de conversar com quem me acompanha. Sinto como um termômetro do que o público está achando das personagens e do trabalho que estou fazendo”, comenta.
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Sobre o seu processo de preparação para cada personagem, Day explica que são necessários procedimentos diferentes. Tudo depende do projeto, linguagem, direção, preparação de elenco e equipe, além da possibilidade da personagem exigir que ela aprenda alguma habilidade. “De uma maneira geral eu gosto de ler bastante o texto que é disponibilizado para gente no início do processo. No caso de novelas, por exemplo, temos apenas alguns capítulos, em torno de 30 em média, até começarmos as gravações”, diz.
“Se é um filme, peça ou série, já tenho a linha toda da personagem do início ao fim do trabalho/temporada, mas costuma ser sempre no texto e nas indicações da direção que começo o processo, que segue por meio de pesquisa e busca de referências em filmes, estudo de contexto histórico. Depois disso vem a preparação de elenco, encontro com os outros atores e aos poucos a personagem vai sendo desenhada, sendo experimentada em mim e no meu caso elas vão tomando forma muito com essas relações entre os outros atores/personagens”, esclarece.
Day Mesquita revela também que se sente bem ao interpretar personagens que a desafiam como profissional. No entanto, Maria Madalena foi um de seus trabalhos mais difíceis. “Por todo o contexto, pela história que é uma das mais conhecidas e contadas em todo o mundo, pela carga emocional que ela traz e também pela responsabilidade em viver uma personagem tão icônica. Foram quase 10 meses de gravação em uma rotina que exigia uma disposição física, emocional e energética muito grande”.
No momento de escolher o próximo papel, a atriz busca optar por figuras fortes e histórias que sejam interessantes. “Sou muito grata a todas as personagens que fiz até hoje e pude aprender muito com elas, acho que as personagens que me permitem uma boa troca de aprendizados são sempre bem-vindas”, explica.
Por interpretar mulheres fortes nas telas, Day conta que, para ela, são personagens importantes porque geram identificação no público. “O feminino tem uma força muito potente e as personagens fortes da dramaturgia expõem essa força de diferentes formas, em diferentes histórias e diferentes casos. Essa conexão pode gerar uma identificação, um questionamento, uma maneira de repensar sobre certa situação”, diz.
“É uma forma de acompanhar uma situação ou questão sem viver de fato, mas vivendo de certa forma ao se envolver com a história, pois a gente acaba sentindo, vibrando, torcendo junto com a personagem, e isso pode abrir portas e gerar mais força para quem assiste, pode inspirar e gerar um impulso importante para que o público que se identifique encontre a própria força”, termina.