3 em cada 4 mulheres já sofreram gaslighting no trabalho, diz pesquisa
O termo surgiu do filme “Gaslight”, de 1940, no qual a personagem Paula Alquist, interpretada por Ingrid Bergman, é manipulada por seu marido para acreditar que está enlouquecendo. Na trama ele acende e apaga as luzes do apartamento sem ela saber, fazendo com que a esposa passe a questionar se está vendo imaginando coisas ou se aquilo realmente aconteceu.
Hoje, g aslighting é entendido como uma forma de abuso psicológico, na qual as informações são distorcidas, inventadas ou seletivamente omitidas por alguém, com o objetivo de obter controle ou alguma vantagem em relação a outra pessoa . A vítima de gaslighting pode ser levada a duvidar de si mesma, da sua capacidade e até de sua sanidade mental.
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Tanto homens quanto mulheres podem sofrer gaslighting em qualquer parte da vida, seja no trabalho ou em relações amorosas. Contudo, uma pesquisa realizada pela Heach Recursos Humanos, com 400 mulheres, de 280 empresas, mostra que 3 em cada 4 mulheres sofrem de gaslighting no ambiente profisisonal.
Ou seja, cerca de 73,25% das mulheres afirmam ter sofrido alguma forma de gaslighting, o que representa 293 mulheres. Além disso, o levantamento também mostra que elas estão alocadas em 172 empresas, representando 61,42% do número total de locais de trabalho presentes na pesquisa.
“Entre alguns dos exemplos que podemos citar de situações que acontecem dentro do gaslighting, é quando um homem de cargo superior solicita um trabalho para uma mulher de cargo inferior e passa os dados incompletos propositalmente. Assim, quando o projeto for entregue, o opressor consegue questionar o trabalho feito, se mostrando mais competente e inferiorizando a outra profissional”, relata Elcio Paulo Teixeira, CEO da Heach Recursos Humanos.
No Brasil, de acordo com o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, apenas 26% das mulheres estão em cargos de gestão, 5% em cargos de alta liderança e 6% estão em conselhos. “Diante disso, é um fato de que é necessário falar sobre esse tema no nosso país, inclusive há uma tendência que o assunto será mais discutido, mas estamos com aproximadamente 10 anos de atrasos, em relação às práticas de países do primeiro mundo, como os EUA, onde o tema é discutido e enfrentado de frente”, afirma Teixeira.