32 mulheres acusam Saul Klein, filho do fundador da Casas Bahia, de estupro
32 mulheres denunciaram Saul Klein, filho do fundador da Casas Bahia, ao Ministério Público de São Paulo por crimes sexuais . As vítimas acusam o empresário de estupro, de manter uma rede de aliciamento e exploração sexual — 5 delas alegam que eram menores na época em que os abusos teriam acontecido.
Por conta da denúncia , Saul Klein está sendo investigado pela polícia por “organização criminosa, tráfico de pessoas, estupro, lesão corporal grave, lesão corporal gravíssima, favorecimento à prostituição e exploração sexual , mediação para satisfazer a lascívia, favorecimento da prostituição e exploração sexual”.
De acordo com as vítimas , os primeiros contatos teriam sido feitos por agenciadoras na internet. A promessa era de trabalhos como modelo, de presença remunerada em festas ou de acompanhante de um homem bem-sucedido que gostava de ter pessoas hospedadas em sua casa no bairro de Alphaville, em Barueri (SP).
Para a advogada das 32 mulheres, Gabriela Souza, as vítimas sempre tinham ou estavam em uma situação de vulnerabilidade . “Estavam sozinhas e em busca de dinheiro e algumas tinham histórico de violência doméstica na família. Uma me contou que já havia sido vítima de estupro . A relação estabelecida com Klein era abusiva a tal ponto que uma delas disse que ele tinha por ela um ‘amor de pai’, sendo que o pai dela a agredia quando era mais nova”, disse ela, em entrevista ao Universa.
De acordo com as jovens, nenhuma alega ter sido avisada de que o trabalho para ser modelo nas festas envolveria contatos sexuais . Nem de que na “entrevista de emprego” teriam que ficar nuas para “serem apalpadas por Klein” ou ter relação sexual com ele.
As “entrevistas” eram supostamente realizadas no sítio de Klein, em Boituva-SP. Em um dos relatos, a vítima afirma que lhe foi garantido que não teria sexo , entretanto, quando chegou a Boituva, viu outras 30 meninas e teria presenciado uma cena de sexo grupal. “Fiquei paralisada, nervosa, sem saber o que fazer, em choque”, relembrou.
“Ele [Saul] nunca usava preservativo e não podia pedir [que usasse]. Na maioria das vezes era sexo anal e sangrava. Era uma tortura […] E ele não tomava banho e me fazia lambê-lo. Me sentia escravizada”, disse outra vítima.
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“Saul me levou para um quarto e começou um abuso, ele começou a me apertar. Perguntei se usaria preservativo, ele respondeu que não. Falei que não queria continuar, mas ele não respeitou. Foi muito ruim”, relatou outra.
Procurado, Saul Klein, por meio de sua defesa, nega todas acusações.
Histórico e levante contra homenagem
Esta não é a primeira vez que a família tem o nome envolvido neste tipo de polêmica . No dia 15 de abril, uma reportagem da Agência Pública revelou outro escândalo sexual envolvendo a família Klein. Supostas vítimas acusaram o pai de Saul, o empresário Samuel Klein, morto em 2014, de ter mantido um suposto esquema de exploração sexual envolvendo menores de idade durante décadas.
Ao longo de suas 12 páginas, a matéria mostra acordos de confidencialidade que foram selados com algumas das vítimas e o modus operandi dos supostos crimes. Em resposta ao caso, Bruna, Fernanda e Paula, que formam um mandato coletivo de São Caetano do Sul, realizaram um abaixo-assinado para mudar o nome de uma rua que homenageia Samuel Klein para “Rua 08 de Março” – em referência à luta pelos direitos das mulheres.
“Pelas nossas vidas, não aceitaremos nenhuma homenagem ao machismo!”, diz um trecho publicado na descrição do documento. Caso exista interesse em assinar, basta clicar aqui .
Com informações de Universa e Agência Pública*