5 cuidados com a saúde íntima feminina no inverno
Em dias gelados, é comum diversas mudanças no clima, incluindo a diminuição da temperatura e da umidade do ar, que podem provocar alterações no organismo, afetando diversos aspectos da nossa saúde, como pele, cabelos e até mesmo a própria imunidade. Porém, não para por aí! A saúde íntima feminina é uma das mais prejudicadas devido às características corriqueiras dessa época do ano.
Segundo Eloisa Pinho, médica ginecologista e obstetra, é preciso ficar de olho no frio para que o clima gelado não beneficie diversas infecções. “O clima frio favorece a proliferação de microrganismos nocivos à região genital, o que ainda é piorado por fatores como a queda da imunidade e a baixa ingestão de água, que nos tornam mais suscetíveis à infecções bacterianas, fúngicas e virais”, explica.
Sendo assim, para evitar doenças e infecções genitais, é fundamental que as mulheres adotem cuidados específicos com a saúde íntima durante o inverno. Dessa forma, confira 5 dicas de como cuidar da região vaginal nos dias frios :
Higienize a região
Muitas pessoas acabam não tomando banho diariamente por conta dos dias mais gelados. Porém, a higiene diária da região íntima é indispensável, principalmente nessa época do ano, para controlar a quantidade de fungos e bactérias causadores de corrimentos, coceiras e doenças do trato vaginal, como candidíase e vaginose.
Segundo Pinho, a higienização é fundamental, porém, não exagere, pois, em excesso, pode causar o ressecamento da região. “O ideal é realizar a limpeza apenas uma vez por dia, salvo em casos específicos, como após relações sexuais, para remover resíduos de lubrificante e evitar infecções urinárias, e fluxos menstruais, já que o sangue, além de alterar o pH da região, é um meio de cultura de bactérias”, destaca a médica.
Mas lembre-se: a higiene íntima deve ser realizada apenas na vulva. “A vagina não necessita de assepsia, pois, além de acumular menos sujidades, possui pH menos ácido, que, quando desequilibrado devido à higienização, favorece a proliferação de agentes patógenos”, clarifica.
Cuidado com a maneira que é realizada a higienização
Poucos sabem, mas a vulva deve ser limpa apenas com os dedos, pois duchas, cotonetes e outros materiais podem provocar ferimentos na região. “Lenços umedecidos, duchas vaginais e sabonetes íntimos bactericidas também não devem ser utilizados, pois, enquanto os lenços podem provocar irritações, as duchas e sabonetes eliminam bactérias benéficas que são responsáveis pela manutenção da acidez do pH da vulva, que, se alterado, pode aumentar o risco de infecções”, diz a médica.
Eloisa recomenda utilizar sabonetes neutros, sem cor, sem perfume e ginecologicamente testados, que vão manter o pH vaginal equilibrado. “Além disso, dê preferência aos sabonetes líquidos, que não ficam expostos a bactérias que podem estar presentes no ar”, aconselha.
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Beba bastante água
No frio, é de praxe sentir menos sede e, consequentemente, beber menos água. Porém, a água é fundamental para o bom funcionamento do organismo, visto que estimula a circulação de sangue e ajuda a prevenir a infecção urinária. “Então procure ingerir, no mínimo, dois litros de água por dia para permanecer hidratada e saudável. Durante o clima frio, uma boa dica é apostar nos chás, que, além de hidratar, também ajudam a aquecer”, diz a ginecologista.
Evitar roupas apertadas
No inverno, é comum o uso de peças mais robustas e coladas ao corpo, como as calças apertadas. O problema é que elas são inimigas da saúde íntima. “Isso porque essas roupas abafam a região íntima e favorecem a proliferação de fungos e bactérias que podem causar infecções vaginais, como a candidíase”, alerta a especialista.
Dessa forma, dê preferência aos tecidos mais leves e que permitem que o ar circule adequadamente. Se não for possível durante o dia, uma boa solução, segundo Pinho, é usar peças mais leves na hora de dormir.
Opte por calcinhas de algodão
Pode não parecer, mas a escolha da peça é fundamental para garantir uma região íntima saudável, visto que a calcinha está em contato direto com o local. “Geralmente, opta-se por tecidos sintéticos, já que tendem a ser mais baratas. Porém, esse tipo de tecido pode ser prejudicial para a genitália feminina, pois abafa a região, aumentando a transpiração e a umidade do local, o que, além de causar desconforto, favorece a proliferação de microrganismos responsáveis pelas infecções vaginais”, explica a médica.
No entanto, caso note algum tipo de alteração na região genital, incluindo irritação, coceira e corrimento com coloração ou odor estranho, o mais importante é consultar um ginecologista.
Fonte: Eloisa Pinho, ginecologista e obstetra, pós-graduada em ultrassonografia ginecológica e obstétrica pela CETRUS.