“Da menopausa não podemos fugir”, avisa a ginecologista Vanderléa Coelho, especialista em menopausa e autora do livro ‘Viva sem sofrer na menopausa’ (Pandorga). Mas isso não quer dizer que é preciso esperar os efeitos passarem para ter qualidade de vida, inclusive sexual, nessa fase.
Todas as mulheres relatam algum sintoma, dos 76 possíveis. “Tem queda do desejo sexual, falta de lubrificação, dor na relação. Muda a flora vaginal, e aparecem infecções urinárias de repetição, as bactérias vão do anus para a uretra, como se perdesse a vagina. A mulher engorda, perde a forma do corpo, a feminilidade, tudo isso afeta autoestima e a sexualidade”, explica a médica.
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A falta de libido, a diminuição do orgasmo e a atrofia vaginal são consequências amplamente retratadas entre as pacientes que vivenciam essa fase. Menopausa também traz calorão e para 10% das mulheres, o calorão não passa. A maioria tem o sono entrecortado. “Quem não dorme bem, fica cansada, mau humorada, sem energia. E isso tudo afeta a sexualidade. A menopausa é estressora”, reforça Vanderléa.
“Há pacientes que chegam a ter tanta repulsa por sexo, que liberam o marido para sair com outras. Outras, que se separam, chegam a se arrepender quando percebem que poderiam ter se tratado”, relata a médica.
A primeira forma de combate eficaz desse turbilhão de problemas é a alimentação. “É preciso aprender a se alimentar de forma adequada ao seu novo metabolismo. A alimentação é o remédio, o remédio é a alimentação”, garante a médica.
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Outro passo é a reposição hormonal, mas é um complemento da alimentação saudável. É preciso consultar um médico de confiança para admnistrar a reposição, se não houver contra-indicação. “Deveria existir um menopausologista, mas, como não há, recorra a um profissional que vai entender os problemas, não um que mande esperar passar”, diz Vanderléa.
A falta de libido e a atrofia vaginal são consequências da diminuição de hormônios como testosterona, estrogênio e progesterona, que deixam de ser produzidos pelos ovários. Ambas condições podem ser auxiliadas tanto com reposição hormonal, cremes e hidratantes prescritos por um médico, quanto com exercícios físicos que, além de proporcionarem vitalidade, atuam diretamente na excitação e orgasmo.
Uma boa gestão do estresse, um sono reparador, uso de fitoterápicos ou suplementos (quando indicados) também ajudam a controlar os sintomas. Quanto mais estressada a mulher ficar, maior o aumento de cortisol que impacta no físico e emocional. Ansiedade e outros transtornos de âmbito psicológico interferem na libido, sono e alimentação, outro ponto bastante importante nesta fase.
“Se a mulher emagrece, dorme bem, se sente mais segura, mais bonita, isso vai refletir na sua vida sexual. Toda mulher pode tratar a menopausa”, garante a doutora.
Fonte: IG Mulher