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Mães em home office: “Desenvolvi Síndrome do Pânico por causa da sobrecarga”

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Mães em home office: “Desenvolvi Síndrome do Pânico por causa da sobrecarga”


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Mãe trabalhando enquanto cuida dos filhos
Foto de Ketut Subiyanto no Pexels

Mãe trabalhando enquanto cuida dos filhos


“O primeiro mês de pandemia foi absurdamente difícil, pois eu cuidava dele durante o dia e trabalhava durante a madrugada. Eu até participava de algumas reuniões, mas era sempre complicado porque meu filho não aceitava ficar só com o pai. Isso foi me deixando exausta, eu acabei desenvolvendo crise de pânico pela sobrecarga de funções “, conta Viviane La Torre (36), mãe de uma criança autista de quatro anos.

Por mais que a gestão da empresa seja compreensiva e meu marido tentasse ajudar, ainda existiam algumas limitações por conta da aceitação do Enrico”, diz. No mês das mães, diversas pesquisas evidenciaram o quanto  mulheres com filhos tiveram suas carreiras prejudicadas pela Covid-19 . Estudo realizado pela Catho com seis mil entrevistados entre homens e mulheres, mostrou que 92% das mães que estão em  home office cuidam dos filhos enquanto trabalham.

Já das  mães que precisam sair para trabalhar, somente 19% delas podem contar com o pai para cuidar das crianças – contra 58% de pais que deixam os filhos aos cuidados da mãe. Um terço das mulheres cuida dos filhos sozinhas. São chefes de família que precisam se desdobrar para conciliar trabalho, filhos, falta de dinheiro e piora da saúde psicológica.

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“Quando olhamos a pandemia, nós andamos para trás”

A fala é de Cila Schulman, vice-presidente do Ideia Instituto de Pesquisa e partner da Behup, empresa de tecnologia e inteligência de dados. Em pesquisa organizada pela empresa, 27% das mães acreditam que o  fechamento das escolas impactou totalmente as finanças da família e 32% pensam que isso abalou sua saúde mental.

“Nós não somos guerreiras e nem cuidadoras universais. Somos uma pessoa como qualquer outra, porém com pressões de gênero sobre a gente”, pontua Cila.


O CineMaterna em parceria com a Noz Pesquisa e Inteligência, também entrevistou 1.236 mães entre 20 de julho e 19 de agosto de 2020. Apesar de a maioria ter ensino superior completo e/ou pós-graduação, 12% tiveram redução salarial e 2% tiveram o salário suspenso/renda suspenso integralmente. 10% das mães foram demitidas durante a pandemia e 11% estão exercendo atividades extras para complementar a renda.

A situação não é muito melhor no caso das microempreendedoras. Se a realidade já era difícil antes da pandemia, um estudo realizado pela Data Favela com Instituto Locomotiva, em março de 2020, demonstrou que 73% das mães das favelas brasileiras não têm nenhuma poupança que permita manter os gastos sem trabalhar nem por um dia.

Daniela Januario (39) é mãe de três filhas e criou uma marca de babadores e aventais. Ela conta que atualmente só vai para casa para comer e dormir. A maioria das funções com as filhas quem assume é o marido. “Eu sei que isso é um privilégio, mas ainda assim é muito pesado. Os dias com aula on-line sempre sai briga porque as interações se sobressaem e estamos todos em terapia”, conta.

A microempreendedora relata que já tomou decisões ruins no trabalho ou por não conseguir prestar atenção em alguma reunião ou por confundir informações pela  sobrecarga mental e de funções . Mesmo com as dificuldades, Daniela contratou duas funcionárias para dar conta das demandas da empresa, filhas e aulas on-line, e fez questão de manter o fluxo das costureiras, ainda que não estivesse fechando vendas, para que elas não parassem de trabalhar e ficassem sem renda.

Fonte: IG Mulher

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