Medicina do Estilo de Vida: mudar hábitos pode curar e prevenir doenças
Estilo de vida é um tema que vem sendo amplamente discutido nos últimos tempos, pois, cada vez mais, as pessoas saem em busca de alternativas para levar uma vida mais saudável e equilibrada, principalmente aqueles que vivem em correria constante.
E a importância de adquirir e manter hábitos melhores para a saúde física, mental e emocional é tanta que o “lifestyle” se tornou uma possível especialização dentro da medicina. Agora, quem se formar como médico poderá optar por trabalhar com a chamada Medicina do Estilo de Vida.
Mas, afinal de contas, o que essa área propõe? A ideia é olhar para doenças e condições que são desencadeadas ou agravadas por um estilo de vida pouco saudável. Assim, obesidade, diabetes, hipertensão e até mesmo o câncer, que figuram entre as maiores causas de mortes no mundo, podem ter seus quadros revertidos ou estagnados com mudanças no dia a dia.
“Essa especialização tem como finalidade cuidar do paciente de forma global, mudando seus hábitos para prevenir e tratar doenças. É uma maneira de fornecer as ferramentas necessárias para tal mudança”, explica a cirurgiã plástica Beatriz Lassance.
A médica exemplifica ainda sobre a relação entre essa nova medicina e as cirurgias estéticas, contando que quando um paciente com sobrepeso, busca a lipoaspiração, por exemplo, mas existe outra alternativa ao procedimento: trabalhar questões como alimentação, exercícios e outros costumes. A ideia, portanto, é compreender a importância da saúde para o futuro.
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“A Medicina do Estilo de Vida é baseada em seis pilares — alimentação, controle do estresse, prática de atividade física, cessação do tabagismo , qualidade de sono e relações interpessoais — e é destinada a todas as faixas etárias”, esclarece a cirurgiã vascular Aline Lamaita.
Segundo ela, é fundamental compreender que esse campo de estudo não atua apenas prevenindo condições, mas também evitando tais aparecimentos, dado que muitas doenças podem ser causadas exclusivamente por hábitos prejudiciais à saúde.
Com base nas seis vertentes trabalhadas, as especialistas deram dicas para começar a colocar em prática hoje mesmo essas medidas que, embora pareçam pequenas, trarão um forte impacto ao futuro. Confira!
- Alimente-se corretamente: as dietas restritivas não são mantidas por muito tempo, justamente por isso a recomendação das médicas é preocupar-se com aquilo que você coloca no prato e não com o que retira dele. Aposte em alimentos com base vegetal, diminuindo o consumo animal e deixando de lado os industrializados.
- Largue o cigarro: “além de 80% dos cânceres de pulmão ocorrerem em fumantes, o tabagismo também está associado a uma série de outros problemas, incluindo o envelhecimento precoce da pele e o tromboembolismo”, informa Beatriz.
- Socialize, se possível: a pandemia e o isolamento social podem ter gerado um afastamento no grupo de amigos, mas manter em contato, mesmo que distante, é fundamental para a vida social. Ligue, converse, faça chamadas de vídeo. Esses momentos contribuem muito para a felicidade e bem-estar. E, claro, quando for seguro, deixe a amizade virtual de lado e prefira o encontro com abraços!
- Gerencie o estresse: “a cada hora trabalho pare cinco minutos para respirar, tomar um café, olhar pela janela ou simplesmente fechar os olhos. Um tempo de descanso é extremamente importante para manejar o estresse “, destaca Aline. Ela indica ainda a meditação como uma forma de limpar a mente.
- Durma bem: as médicas lembram que a quantidade de horas de sono é individual, mas, de modo geral, dormir em torno de 7h pode ser o suficiente. Além disso, o ideal é ficar longe dos aparelhos eletrônicos por, pelo menos, 1h antes de se deitar e avaliar sempre sua disposição diária.
- Exercite-se: esteja sempre em movimento, independentemente de qual seja ele. Nessas horas, vale aumentar os passos e até mesmo subir escadas. “É comprovado que exercícios físicos previnem muitas doenças e até revertem casos de diabetes tipo II, hipertensão e depressão. Então, o ideal é realizar semanalmente 150 minutos de atividades físicas de intensidade moderada”, orienta a cirurgiã plástica.
Fontes: Aline Lamaita , cirurgiã vascular, membro da American College of Lifestyle Medicine com formação em Lifestyle Medicine pela Universidade de Harvard; Beatriz Lassance , cirurgiã plástica, é membro do American College of LifeStyle Medicine e do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida.