Mulheres indígenas falam sobre a resistência dos povos originários
Comemorado no dia 19 de abril, o Dia de Resistência dos Povos Indígenas é uma data sobre as lutas dos direitos dos povos ordinariatos. Em suas redes sociais, mulheres indígenas se manifestaram como forma de protesto e resistência.
A luta pela proteção das terras indígenas vem sendo um dos principais desafio para a população originária. Segundo Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), só em 2020, houve um crescimento de 63% nos assassinatos de indígenas, foram 182 mortes naquele ano. Sendo os seus principais causadores o mercado de garimpo, o agronegócio e a extração de madeira.
Ressaltando está violência, a ativista e comunicadora indígena, Alice Pataxó, afirma que a data não é sobre comemorações, mas de resistência e luta contra a exploração das terras indígenas e dos direitos civis dos povos originários.
O “Feliz dia do Índio” está na ponta da língua, mas o silêncio sobre a exploração dos territórios indígenas e a violência aos nossos corpos é ensurdecedor.
— Alice Pataxó🏹 (@alice_pataxo) April 19, 2022
Sônia Guajajara, pré-candidata à Deputada Federal pelo PSOL também se manifestou, compartilhando um video em seu instagram da marcha pelos direitos as terras indígenas.
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“De 4 a 14 de abril, os povos indígenas do Brasil marcharam para defender seus direitos à terra e por um planeta habitável para todos nós. O Acampamento Terra Livre trouxe mais de 7.000 indígenas de 200 povos do Brasil à capital para exigir que o governo honre seus direitos que são protegidos pela constituição federal adotada em 1988, e pare as indústrias extrativas como mineração e extração de madeira em seus territórios”, escreve em sua publicação.
A jornalista Juliana Lourenço, da etnia Kariri, também relembra que o “Dia do índio”, criado em 1943, não representa totalmente os povos originários, em parte por usar uma nomenclatura desrespeitosa. Chamando também a atenção para as falhas em nosso sistema educacional, que desumaniza e encobre a história das pessoas indígenas.
Hoje é o Dia da Resistência dos Povos Indígenas, mas ainda disseminado como “Dia do Índio”. Mas por que indígena e não “índio”? O “Dia do Índio” foi instituído em 1943, pelo então presidente Getúlio Vargas, porém não é uma nomenclatura respeitosa e não há o que ser celebrado. +
— Karibuxi (@Karibuxi) April 19, 2022
Proposto pela deputada Joenia Wapichana, a primeira deputada indígena brasileira, o nome “Dia do Índio”, está em processo de mudança de nomenclatura, para o Dia de Resistência dos Povos Indígenas, aprovado em dezembro de 2021 na Câmara dos Deputados, agora aguarda a aprovação do Senado.
Para lembrar que o PL 5466/19, que muda a nomenclatura do “Dia do Índio” para Dia dos Povos Indígenas, foi aprovado na CCCJ da @camaradeputados , no mês de dezembro de 2021. Falta aprovar no Senado. É preciso valorizar diversidade cultural dos povos indígenas do Brasil.
— Joenia Wapichana (@JoeniaWapichana) April 19, 2022